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Por — Rio de Janeiro

Vencedora do Grammy, do Emmy e do Globo de Ouro, eleita para o Hall da Fama dos Compositores, dona de uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, artista com nove canções que atingiram o primeiro lugar e outras 24 que figuraram no top 10 da Billboard ao longo das últimas quatro décadas. Não faltam muitas honrarias para Diane Warren. Na verdade, parece faltar apenas uma: o Oscar de melhor canção original.

A compositora de hits como “Rhythm of the night”, “Because you loved me” e “Un-break my heart”, sucessos nas vozes de DeBarge, Céline Dion e Toni Braxton, respectivamente, já recebeu nada menos que 15 indicações ao Oscar na categoria, sem nunca ter levado uma estatueta para casa. A primeira nomeação veio em 1988 por “Nothing's gonna stop us now”, tema do filme “Manequim”, de Michael Gottlieb, e a última veio ao final de janeiro. Warren concorre ao Oscar em 2024 pela canção “The fire inside”, cantada por Becky G na trilha de “Flamin' hot: O sabor que mudou a história”, filme de Eva Longoria sobre a invenção do sabor picante pelo zelador de uma fábrica da Cheetos. Trata-se da sétima indicação seguida da compositora, que concorreu na premiação em nove dos últimos dez anos.

A relação entre Warren e Oscar é tão marcante que, em novembro de 2022, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood concedeu à compositora uma estatueta honorária pelo conjunto de sua obra.

— Ganhei esse Oscar honorário, mas ele precisa de um amigo — brinca Warren em entrevista por telefone ao GLOBO, na qual reforça que ainda sonha em ganhar uma estatueta na cerimônia principal. — Nenhum compositor tinha recebido essa homenagem antes, fui a primeira. Recebi o Oscar das mãos de Cher e foi a melhor noite da minha vida.

Diane Warren recebe Oscar honorário das mãos de Cher — Foto: Michael Yada / ©A.M.P.A.S.
Diane Warren recebe Oscar honorário das mãos de Cher — Foto: Michael Yada / ©A.M.P.A.S.

Com muito senso de humor, a artista aprendeu a rir da “própria desgraça” nos últimos anos. Em fevereiro, ao acompanhar a cerimônia do Grammy, Warren brincou com a vitória de Taylor Switf na categoria álbum do ano e compartilhou em seu perfil no X (antigo Twitter): “Taylor ficar surpresa com a vitória é a mesma coisa de eu me surpreender com a derrota”.

Mesmo falando em derrota, Warren faz questão de discordar sempre que lhe perguntam como é perder o Oscar tantas vezes. Em 2024, a compositora sabe que não é favorita diante de apostas mais prováveis como as canções de “Barbie” (“I’m just Ken”, de Mark Ronson de Andrew Wyatt, e “What was I made for?”, de Billie Eilish e Finneas O’Connell), mas que não perde o otimismo.

— Se eu gostaria de ganhar? Claro! Se não acontecer, eu já ganhei! Tiveram anos que achei que fosse ganhar, especialmente com a canção que fiz com Lady Gaga (“Til It Happens to You”, tema do documentário “The hunting ground”), mas fico realmente feliz só de ser indicada — conta a compositora de 67 anos. — É uma honra. São centenas de músicas feitas para filmes todos os anos e apenas cinco canções são selecionadas pelos grandes profissionais da música no planeta. Eu não perdi 14 vezes, eu ganhei 14 vezes.

Warren celebra o fato de muitas vezes suas canções ficarem mais famosas do que os filmes em que apareceram pela primeira vez. “Nothing's gonna stop us now” é mais famosa que “Manequim”, “Because you loved me” é mais famosa que “Íntimo e pessoal” (1997) e “I don't want to miss a thing” talvez seja tão famosa quanto “Armageddon” (1998), um grande sucesso de bilheteria.

Começo de tudo

Ela lembra que a paixão pela música nasceu muito cedo, sendo uma aficionada ouvinte de rádio. Aos 11 anos já arriscava suas primeiras letras, mesmo contra a vontade dos pais, que não viam futuro em uma vida dedicada às artes. Na mesma época, assistiu ao filme “A história de Elsa” (1966), de James Hill e Tom McGowan, e se emocionou com a canção “Born free”, de John Barry e Don Black. Ali percebeu o impacto que uma canção poderia ter em um filme.

— Sempre amei filmes desde pequena e sempre fui tocada por músicas para o cinema — revela. — Sinto que tenho o dom pra isso, é algo que sei fazer. Tento escrever a música que eu gostaria de ouvir em um filme. Talvez seja um pouco egoísta, mas quando me chamam para trabalhar em um filme, eu escrevo a música que eu gostaria de ouvir.

Warren conta ser uma perfeccionista e que pode passar cerca de uma semana trabalhando em cada música. No caso de “The fire inside”, a compositora lembra que passou alguns dias trabalhando na letra, mas diz que precisou de apenas cinco minutos para definir o título da música.

— A Eva Longoria me mostrou uma versão inacabada de “Flamin' hot”. Adorei o filme e logo que acabou me veio o título (que no português significa “o fogo interno”), que serve para descrever o cheetos picante, mas também a força interna e determinação de Richard Montañez para, contra todas as previsões, criar um produto que salvaria sua empresa. Acho que tenho um fogo parecido.

O que vem por aí

Nos últimos 40 anos, além do trabalho para o cinema, Warren se destacou como uma das mais prolíficas compositoras do mundo. Ela escreveu canções para lendas como Elton John, Tina Turner, Cher, Whitney Houston, Barbra Streisand, Aretha Franklin, Ringo Star e Paul McCartney, além de alguns dos maiores nomes da atualidade, como Gaga, Beyoncé, Justin Bieber, Rihanna e Taylor Swift.

Taylor, inclusive, é coautora da última música de Warren a figurar no top 10 da Billboard, com "Say Don’t Go (Taylor’s Version) [From the Vault]". As duas escreveram a canção em 2013, mas ela só chegou ao público dez anos depois, em 2023, no lançamento da nova versão do álbum “1989”.

No momento, Warren trabalha em composições para alguns artistas, como Kesha, David Guetta e Gwen Stefani, sem deixar o cinema de lado.

— Ainda não posso dar detalhes, mas espero estar de volta ao Oscar em 2025.

Diane Warren e o Oscar

  • 1988, “Manequim”: indicada pela canção “Nothing's Gonna Stop Us Now”, composta em parceria com Albert Hammond
  • 1997, “Íntimo e pessoal”: indicada por “Because you loved me”
  • 1998, “Con air: Rota de fuga”: indicada por “How do I live”
  • 1999, “Armageddon”: indicada por “I don't want to miss a thing”
  • 2000, “Música do coração”: indicada por “Music of my heart”
  • 2002, “Pearl Harbor”: indicada por “There you'll be”
  • 2015, “Nos bastidores da fama”: indicada por “Grateful”
  • 2016, “The hunting ground”: indicada por “Til it happens to you”, composta em parceria com Lady Gaga
  • 2018, “Marshall: Igualdade e justiça”: indicada por “Stand up for something”, composta em parceria com Commom
  • 2019, “A juíza”: indicada por “I'll fight”
  • 2020, “Superação — O Milagre da Fé”: indicada por “I'm Standing With You”
  • 2021, “Rosa e Momo”: indicada por “Io Si (Seen)”, composta em parceria com Laura Pausini
  • 2022, “Quatro dias com ela”: indicada por “Somehow you do”
  • 2023, “Elas por elas”: indicada por “Applause”
  • 2024, “Flamin' Hot — O sabor que mudou a história”: indicada por “The fire inside”

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