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Detalhe do quadrinho 'Como pedra' — Foto: Divulgação
Detalhe do quadrinho 'Como pedra' — Foto: Divulgação

Natural de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Luckas Iohanathan viveu uma feliz coincidência: em um intervalo de três dias, foram lançados dois álbuns em quadrinhos escritos e ilustrados por ele por editoras diferentes. “Como pedra” saiu primeiro, pela Comix Zone, e “O monstro debaixo da minha cama”, que foi vencedor da segunda edição do Prêmio Geek de Literatura na categoria Quadrinhos, foi lançado logo depois, pela Pipoca & Nanquim.

— Foi pura coincidência — conta o artista, de Rosário, na Argentina, onde vive desde 2021. — Tive a sorte de participar de dois prêmios importantes em dois anos, e “O monstro debaixo da minha cama” acabou ganhando. Com o “Como pedra”, participei do Prêmio Latino-Americano de Quadrinhos, não ganhei, mas felizmente chamei a atenção da editora.

Com apenas três cores (branco, preto e laranja), “Como pedra” conta a história de Cristo — de Cristóvão, como sua mulher, sem nome, faz questão de frisar —e sua família no sertão, na miséria.

Além da penúria extrema, agravada pela falta de chuvas, Cristo e a mulher criam com dificuldades a filha, que vive em uma cadeira de rodas, sem se movimentar ou se comunicar. O silêncio da filha e de sua mãe comovem o leitor, principalmente quando surge o antagonista, chamado de O Sonhador, um homem que usa a religião para oprimir a família:

— Embora a ideia de “Como pedra” tenha surgido em 2020, foi só no ano passado que me senti maduro o suficiente, tanto mentalmente quanto artisticamente, para contar essa história da melhor maneira que eu podia —explica o quadrinista, de 29 anos. — Durante o quase um ano e meio de produção, acabei mudando muito a história, considerando e desconsiderando os temas que queria abordar.

Da mesma maneira que em “Como pedra”, o protagonismo em “O monstro debaixo da minha cama” é feminino. Lucy é uma menina que, dia após dia, sofre, sozinha, os abusos de seu próprio pai, com a omissão da mãe:

— Particularmente, não acho difícil criar personagens femininas, nem é algo muito planejado na verdade, quando tenho uma história pra contar, geralmente já imagino os personagens, e por algum motivo, que nem sei explicar, personagens femininas são mais recorrentes. Acho que tem um pouco a ver com o fato de ter exemplos de mulheres fortes na minha vida.

Detalhe do quadrinho 'O monstro debaixo da minha cama' — Foto: Divulgação
Detalhe do quadrinho 'O monstro debaixo da minha cama' — Foto: Divulgação

Iohanathan diz que a ideia para a angustiante trama de “O monstro debaixo da minha cama” surgiu há cinco anos, logo depois que ele se formou em Publicidade e Propaganda pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte:

— A temática escolhida para a obra parte de uma curiosidade sobre o impacto mental na formação das crianças que lidam com situações traumáticas e como isso afeta nosso desenvolvimento.

Enquanto a primeira HQ tem o laranja como cor complementar ao branco e preto, aqui a cor escolhida foi o rosa, numa evidente referência à menina protagonista.

— Quadrinhos em preto e branco sempre me chamaram mais atenção do que os coloridos —conta o quadrinista. — Desde criança nunca gostei muito de pintar meus desenhos, gostava apenas do contraste do preto da linha com o branco do papel. Quando penso na história que quero contar, uma cor já surge em minha mente. Não consigo separar uma coisa da outra. Acho que colocar apenas uma cor transmite mais a sensação que quero passar em cada obra, sem distrações, direto ao ponto. A emoção tem essa cor e pronto.

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