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A poeta suíço-brasileira Prisca Agustoni venceu o Prêmio Oceanos na categoria poesia com a obra “O gosto amargo dos metais”, publicada pela 7Letras. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (7) em cerimônia no Itaú Cultural, em São Paulo. Agustoni concorria com os brasileiros Cláudia Roquette-Pinto (“Alma corsária”), Guilherme Gontijo Flores (“Entre costas duplicadas desce um rio”) e Ricardo Aleixo (“Diário da entrecruza”) e com o português Pedro Eiras (“Paraíso”). O Oceanos contempla livros de prosa e poesia publicados em língua portuguesa independentemente da nacionalidade do autor.
“O gosto amargo dos metais”, o livro premiado, foi inspirado pelo impacto dos crimes ambientais causados pelo rompimento de barragens em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em 2019. “As imagens terrificantes que circularam me lembraram uma tragédia de proporções épicas, como se o mundo estivesse vivendo um novo fim —, e paradoxalmente, um estranho recomeço”, escreve a autora no prefácio. Agustoni também é tradutora e professora de literatura na Universidade Federal de Juiz de Fora.
Já o prêmio da categoria Prosa ficou com o cabo-verdiano Joaquim Arena, autor do romance “Síriaco e Mister Charles”, publicado pela editora portuguesa Quetzal e inédito no Brasil. Síriaco é um ex-escravizado brasileiro, educado em Portugal, que chamou atenção da corte lusa por ter a pele marcada por vitiligo. Em Cabo Verde, ele conhece o naturalista britânico Charles Darwin, que passou 16 dias no arquipélago africano, onde iniciou as pesquisas que resultaram em “A origem as espécies”.
Este ano, nenhum brasileiro concorreu na categoria Prosa. Arena, que vive em Lisboa, disputou o troféu com seu conterrâneo Mário Lúcio Sousa (“A última lua de homem grande”) e com os portugueses João Tordo (“Naufrágio”), Lídia Jorge (“Naufrágio”) e Joana Bértholo (“A história de Roma”).
Os vencedores do Oceanos embolsam R$ 150 mil cada um. O prêmio é administrado pela Associação Oceanos e pelo Itaú Cultura e realizado via Lei de Incentivo à Cultura.
