Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Ela não é escritora nem esteve na 21ª Bienal do Livro, que terminou no domingo (10) no Riocentro, Zona Oeste carioca. Mesmo assim, foi destaque desta edição do evento, que bateu recordes de público e vendas. Com shows marcados para novembro no Rio e em São Paulo, a americana Taylor Swift é tema de obras que ficaram entre os mais vendidos da festa, como uma biografia ilustrada e três romances inspirados em suas canções (“Uma tempestade de verão”, “A mecânica do amor” e “Melhor do que nos filmes”).

Nesse clima, os estandes no Riocentro viraram uma espécie de aquecimento para a perna brasileira da “The Eras Tour”, com editoras distribuindo “pulseiras da amizade” — uma febre entre os swifties, como são conhecidos os fãs de Taylor.

— Quem gosta de Taylor Swift em geral gosta de livros — diz Sofia Cerqueira, 12 anos, que tem o hábito de ler ao som da cantora e já descolou ingresso para o show no Rio.

Segundo as editoras, o público de Taylor se encaixa no nicho young adult (jovem adulto), o mais rentável da Bienal. Mas a associação entre a diva pop e a literatura não se limita a uma ação de marketing. Ávida leitora, ela recomenda clássicos aos fãs e é conhecida pelas canções que contam histórias com uma pegada narrativa.

— Suas letras são uma aula magistral de como criar arcos de personagens — diz a americana Lynn Painter, que lançou na Bienal “Melhor do que nos filmes” (título mais vendido da Intrínseca na Bienal), comédia romântica embalada pelas músicas da cantora. — Suas canções fertilizam a mente criativa. A maneira como ela busca meticulosamente cada palavra me desafia a ir mais longe como escritora.

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A americana K. L. Walther, de 27 anos, que lançou na Bienal o romance “Uma tempestade de verão” (Rocco), cuja trama é repleta citações de músicas de Taylor, saiu do evento com o braço coberto com 20 pulseiras da amizade oferecidas pelos swifties. Em seus dias no Riocentro, sentiu uma vibração muito particular: a ansiedade do público pelos shows da cantora.

— Como alguém que escreve para adolescentes, fico impressionado com o quão bem ela articula os altos e baixos da vida adulta jovem — diz Walther. —  É como se ela tivesse capturado e engarrafado a “adolescência”. Ela faz esse momento, que pode ser muito difícil na vida de alguém, brilhar como vaga-lumes em uma jarra. Tento fazer o mesmo com minha escrita!

Um dos maiores sucessos da editora Alt nesta Bienal até aqui é o romance "A mecânica do amor", sobre um garoto que aprende a discografia de Taylor Swift para agradar sua crush no colégio. 

— A Taylor tem um fandom (grupo de fãs) muito engajado e a proximidade do show dela deixou esse fandom super-aquecido e mobilizado — diz Paula Drummond, editora da Alt, e também fã da cantora. — A ligação dela com a escrita é inegável. O seu álbum "Folklore" é muito bem pensado editorialmente. Para qualquer profissional da edição é uma delícia ouvir esse álbum. 

Presente no primeiro fim de semana da Bienal, a booktoker Madu Eccard, 18 anos, viu diversos elementos da cultura swiftie presentes no Riocentro: o foco na literatura young adult, os livros temáticos e, claro, as pulseirinhas.

— Taylor é uma celebridade com a qual a gente se identifica facilmente — diz Madu. — Nós (fãs) somos próximos dela, sabemos o que ela sente e, muitas vezes, nos sentimos da mesma forma.

A escritora e swiftie K. L. Walther, autora de "Uma tempestade de verão" — Foto: Divulgação
A escritora e swiftie K. L. Walther, autora de "Uma tempestade de verão" — Foto: Divulgação

Guilherme Penha, de 19 anos, elenca temas explorados pela cantora que tocam especialmente a sua faixa etária:

— Suas letras são muito confessionais. Ela fala de coisas delicadas como os problemas de autoestima, sua insegurança com o peso, coisas que você não imaginaria numa celebridade pop.

No primeiro sábado de Bienal, Juliana Cunha, de 28 anos, circulou pelo Riocentro com sua pulseirinha da amizade. Em novembro, ela irá ao show de Taylor vestindo uma roupa com temática do álbum “Folklore”.

— As músicas dela conversam muito entre si e criam cenários — diz ela. — Parece muito com um livro.

Autora de “Taylor Swift”, biografia ilustrada e n°1 devendas da Sextante na Bienal, Wendy Loggia vê cada álbum da cantora como um “miniuniverso”:

— Das cobras, botas pretas e atitude durona de “Reputation” (2017) às rosas cintilantes e o humor sonhador de “Lover” (2019), há uma “era” para todos nós.

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