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Por — Rio de Janeiro

No minuto 10 de jogos do Flamengo, parte da torcida entoa uma versão de “Azul da cor do mar”, de Tim Maia: “Ah, como eu queria ter vocês aqui/ honrando o manto do Mengão, com raça e paixão/ Mas essa nação jamais vai esquecer/ O Flamengo vai jogar, para sempre por vocês”. A composição foi feita para eternizar a memória dos dez meninos, entre 14 e 16 anos, mortos há cinco anos num incêndio no centro de treinamento do clube, conhecido como Ninho do Urubu, e aparece na série documental “O ninho: futebol e tragédia”. A produção de três episódios, que estreia nesta quinta (14) na Netflix, reconta o que aconteceu naquela noite e mostra quem eram alguns dos meninos, ao ouvir depoimentos de pessoas como a dona de casa Marília Barros, mãe do zagueiro Arthur, e de parte dos 16 que conseguiram se salvar.

Dirigida por Pedro Asbeg, ela também situa o processo criminal, atualmente com oito pessoas respondendo à ação proposta pelo Ministério Público por dez homicídios culposos (quando não há intenção de matar) e três crimes de lesão corporal.

— Somos o país da impunidade. Portanto, queremos punições, mas também somos o país da anistia ampla, geral e irrestrita — diz Pedro. —Falamos: “Para que olhar para trás? Vamos passar uma borracha.” Lidamos com esses dois sentimentos e, em geral, isso significa dar pouca visibilidade a tragédias como essa e como a tantas outras que, infelizmente, fazem parte da nossa história.

Marília Barros, mãe de Arthur, um dos mortos do Ninho do Urubu — Foto: Netflix
Marília Barros, mãe de Arthur, um dos mortos do Ninho do Urubu — Foto: Netflix

Veto de órgãos públicos

O desastre no Ninho do Urubu, localizado em Vargem Grande, Zona Oeste do Rio, aconteceu na noite de 8 de fevereiro de 2019, quando uma precária instalação de ar-condicionado começou a pegar fogo. As labaredas irromperam justamente num contêiner usado como dormitório dos meninos. A partir de investigação jornalística, a equipe da série mostra que os órgãos públicos já haviam condenado diversas estruturas do centro de treinamento.

—O Flamengo recebeu muitos avisos, tanto de uma auditoria interna, contratada pelo clube, quanto do Ministério Público, da Prefeitura do Rio e do Corpo de Bombeiros — salienta o diretor.

Ignorar os múltiplos avisos fazia parte de uma lógica de investir pouco nos meninos da base para maximizar o lucro com a venda deles no futuro, diz Pedro. Algo que ainda perdura no futebol brasileiro, acredita o diretor, mesmo depois do episódio do Ninho do Urubu. Ele não acha que uma tragédia assim possa se repetir da mesma forma, mas tem a sensação de que pouca coisa mudou na mentalidade dos dirigentes.

— O olhar para a divisão de base em quase todos, se não todos, os clubes do Brasil é de que esses meninos são mercadorias — diz Pedro. — Acho improvável que a gente veja uma situação tão absurda como a do Ninho, de colocar esses jovens num contêiner com grades nas janelas, mas sigo achando que os clubes até hoje não se importam em formar cidadãos, nem mesmo se importam com que eles joguem no time principal. Eles só têm a preocupação de: “O quanto os meninos vão render um dia?”

Hoje, alguns dos jovens nem jogam mais futebol, tamanho o trauma. Os que falaram com a produção (outros não querem ficar marcados como “meninos do Ninho”, conta Pedro) listaram marcas que carregam, como pesadelos constantes e incômodos com fumaça:

— Mas os familiares dos dez (que morreram) não deixam de ser sobreviventes. Vão carregar uma dor eterna e lidar com traumas muito difíceis, assim como Benedito Ferreira, o segurança do clube que salvou a vida de três meninos. São todos sobreviventes, que vão levar para o resto da vida a dor de ter estado lá, cada um com suas sequelas.

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