Depois de o Brasil conhecer os nomes escondidos por baixo das roupas de Mamãe Abacate, Dona Formiga, Pé de Alface, Cuco, Trevo da Sorte, Livro, Chimarrão e Etzinho, foi a vez de desmascarar a Guerreira do “The masked singer Brasil” no domingo — e descobrir se tratar de Luísa Sonza. Mas não foi uma revelação nada parecida com as outras. A cantora se escondeu dos jurados e da plateia com a fantasia virtual, uma iniciativa de inovação inédita em todos os países que exibem o programa, cujo formato surgiu na Coreia do Sul.
— O “Masked singer” é um programa em que faz sentido brincar com as linguagens. É um projeto que abre outras possibilidades de interação entre os jurados, a plateia e os próprios talentos mascarados — explica Marcelo Amiky, diretor do programa, se referindo à dinâmica criada com os participantes digitais. — Quem está competindo com a fantasia tradicional também tenta adivinhar quem está por trás da virtual. Se adivinhar, pode se salvar da eliminação. Então, todo mundo vira detetive nestes episódios.
Inspiração nos games
Além da Guerreira, são mais três fantasias criadas pela equipe de Pós-Produção e Design da TV Globo: a Nuvem de Dados, no ar no próximo domingo; e o Vagalume e a Pipoca, que se apresentam no dia 31. Das primeiras reuniões até a edição final do show do talento ficar pronta para ser exibida na TV, foram cerca de cinco meses de trabalho, diz Rodrigo Cipriano, coordenador da área de Design de Variedades.
— A Guerreira foi a última personagem a ser criada, mas ganhou protagonismo ao longo do processo — diz Rodrigo. — Buscamos referências no mundo dos games, porque queríamos que se comunicasse com os adultos e os mais jovens. Ela precisava ser cativante e forte, e o desafio era encontrar o equilíbrio entre selvagem e delicado. Tem armadura, mas tem asas de borboleta. Encontrar o design correto para agrupar essas características foi estimulante.
- Tragédia no Ninho do Urubu completa cinco anos e vira série: ‘O olhar para a divisão de base é de que esses meninos são mercadorias’, diz diretor
A vantagem das fantasias virtuais, diz o designer, e que vai divertir os telespectadores a cada domingo, é que elas podem fazer coisas que os participantes de carne e osso não conseguem. Há quem voe, emita luzes, tenha pernas elásticas, ou seja, poderes que deixaram os convidados se sentindo num parque de diversões no dia da gravação.
“Me diverti bastante. É muito legal fazer os movimentos e ver o personagem reproduzindo tudo o que você faz”, disse Luísa, depois de cantar “Dangerous woman”, sucesso de Ariana Grande, no dia da gravação.
Por trás da tecnologia
O que o público viu na TV foi o resultado de um processo de edição longo. Depois de a equipe de design e da direção do programa (sob supervisão artística de Adriano Ricco) criarem o conceito dos quatro personagens, a primeira turma foi preparar modelos em ambiente 3D de cada um deles.
Com isso pronto, os personagens foram inseridos num software de captura de movimentos. Aí, Luísa marcou um dia com a equipe do programa para gravar sua performance, vestida com uma roupa especial, cheia de sensores, que faz essa transformação de movimento real em movimento da fantasia virtual.
- ‘Estava de boa, livre': Julia Lemmertz fala da série 'No ano que vem', em que protagoniza cena de masturbação
Depois dessa gravação, a equipe de arte fez uma primeira edição para que o show da Guerreira fosse apresentado em vídeo, no estúdio, para a plateia, Ivete, os jurados — convidada do dia, Rafa Kalimann ficou ao lado de Paulo Vieira, José Loreto, Sabrina Sato e Taís Araujo. As reações de todo mundo foi gravada e, então, inserida numa edição final, que colocou a Guerreira no palco como se ela estivesse se apresentando aos olhos de todos. Foi isso a que assistimos na tarde de ontem.
— Todos os domingos, as pessoas em casa vão ter a nítida certeza de que as apresentações aconteceram ali no palco — diz Marcelo Amiky.