NOV YORK — A Walt Disney Co. disse que obteve US$ 125 milhões em receita com o lançamento do filme "Viúva Negra" no seu serviço de streaming e que este, que é alvo de uma ação judicial por parte da atriz Scarlett Johansson, superou outras obras do universo Marvel.
Os novos números foram revelados em audiências judiciais na sexta-feira, nas quais a Disney pediu que o processo aberto por Scarlett fosse enviado para arbitragem em Nova York, em vez de conduzido em um julgamento civil em Los Angeles, como a atriz está pleiteando.
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A atriz, protagonista do filme, entrou com uma ação no Tribunal Superior de Los Angeles contra a Disney, alegando que seu contrato com a Marvel Entertainment da Disney foi violado quando a companhia lançou o filme em seu serviço de streaming, o Disney+, no mesmo dia da estreia do longa-metragem no cinema.
Ela alega que seu contrato garantia um lançamento exclusivo no cinema, e que seu salário se baseava em grande parte no desempenho de bilheteria do filme.
Disney rebateu, dizendo que a atriz já havia recebido US$ 20 milhões (o equivalente a mais de R$ 100 milhões) por seu trabalho no filme e argumentou que o lançamento do filme no Premier Access (espécie de pay per view , em que o assinante do serviço paga um valor a mais para ver lançamentos) da plataforma Disney+ "melhorou significativamente sua capacidade de ganhar uma compensação adicional em cima dos U$ 20 milhões que ela já recebeu até o momento".
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A empresa acrescentou que se ofereceu para incluir a receita on-line nos cálculos de seus bônus, embora não seja obrigada a fazê-lo.
"Por que a Disney tem tanto medo de litigar este caso em público?", questiona o advogado de Scarlett Johansson, John Berlinski, em um comunicado por e-mail no sábado. “Porque sabe que as promessas da Marvel de dar à Viúva Negra um típico lançamento nos cinemas, como seus outros filmes, ’tinham tudo a ver com garantir que a Disney não canibalizaria as receitas de bilheteria para aumentar as assinaturas Disney +. No entanto, foi exatamente isso o que aconteceu — e estamos ansiosos para apresentar a evidência esmagadora que prova isso.”
O caso vem sendo acompanhado de perto em Hollywood, já que os estúdios de cinema estão lançando cada vez mais filmes on-line, e esses filmes costumam aparecer em serviços de streaming pertencentes às mesmas empresas-mãe dos estúdios. Isso os coloca em conflito com atores e outros talentos que às vezes são pagos com base na receita gerada pelos filmes.
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“Viúva Negra”, no qual Scarlett Johansson volta a representar seu papel como Natasha Romanoff, uma assassina russa que virou super-heroína, foi lançado em 9 de julho. O filme gerou US$ 367 milhões nos cinemas em todo o mundo. A Disney ofereceu aos fãs a possibilidade de assistir ao filme em casa por meio de seu serviço de streaming Disney + por uma taxa adicional de US$ 30.
A receita do fim de semana de estreia nos Estados Unidos, contabilizando asreceitas das bilheterias dos cinemas e on-line combinados, foi melhor para "|Viúva Negra" do que outros filmes da Marvel, incluindo "Thor: O Mundo Sombrio" e "Guardiões da Galáxia, disse a empresa em um dos documentos apresentadps à Justiça
A receita digital no fim de semana de abertura foi de US$ 67 milhões em todo o mundo, com US$ 55 milhões vindo de clientes domésticos.
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Outros processos
O movimento iniciado pela protagonista de “Viúva Negra” pode encorajar outros artistas a apresentar queixas semelhantes e torná-las públicas nos próximos meses. De acordo com o jornalista Matt Belloni, ex-editor do "The Hollywood Reporter", Emma Stone estaria cogitando fazer o mesmo por "Cruella" , lançado em maio .
E não para por aí. "Jungle Cruise", lançado nos cinemas e no streaming do Disney+ em 30 de julho , é outro que pode acabar nos tribunais, já que uma das protagonistas da aventura, Emily Blunt, também estaria analisando a questão.