Economia
PUBLICIDADE

Por Fernanda Trisotto — Brasília

O governo federal sinalizou a possibilidade de compensar em R$ 22 bilhões os estados pelas perdas que tiveram com a redução das alíquotas do ICMS no ano passado. O valor é inferior ao estimado pelos entes, que calculam perdas de R$ 45 bilhões. Esses números foram discutidos em reunião entre os secretários de Fazenda e o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, nesta quarta-feira.

O encontro, que durou o dia todo, foi um debate técnico para avançar nos pontos discutidos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e governadores ontem. Representantes dos estados que estiveram no encontro disseram, reservadamente, que há uma tendência de se buscar um valor intermediário para a compensação.

Mas apenas os governadores, em nova conversa com o ministro, é que poderão definir esse número. Os estados também devem apresentar uma proposta para alongamento do prazo de pagamento das dívidas.

O movimento é uma tentativa de compensar a queda na arrecadação após o Congresso ter aprovado, em junho de 2022, um projeto endossado pelo governo Jair Bolsonaro para reduzir o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, fixando em 17% ou 18%, a depender do estado, a alíquota máxima do tributo. O objetivo era baixar os preços, sobretudo da gasolina, às vésperas das eleições.

Debate técnico

A negociação desta quarta foi mais arrastada porque era muito técnica. Há quatro pontos que precisam de consenso entre estados e governo federal e que impactam diretamente no cálculo do valor a ser compensado: o período de compensação (exercício completo ou apenas seis meses), a amplitude da perda de ICMS (toda a arrecadação ou apenas dos segmentos afetados), a atualização dos valores pela inflação e o mecanismo do gatilho (inclui o valor do gatilho ou apenas o excedente).

Técnicos que trabalham com esses cálculos ponderam que ao mexer em cada uma dessas variáveis, as alterações de valores ficam entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. É por isso que nas primeiras negociações com o governo federal o valor estimado para compensação era de R$ 13 bilhões, chegou a R$ 18 bilhões no projeto de lei e agora está em R$ 22 bilhões, conforme os cálculos apresentados pela Fazenda nesta reunião.

Há outras questões específicas de cada estado que dificultam o acordo. São três situações principais: estados com dívidas, estados sem dívidas e os que aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Mesmo para estados endividados há diferentes situações. São Paulo, Piauí e Alagoas, por exemplo, vão compensar toda a dívida ainda no primeiro semestre, o que inviabiliza um acordo. No caso dos que aderiram à RRF, como o Rio de Janeiro, não há aplicação de gatilhos, porém o volume de acordos específicos que são firmados para se adequar à recuperação fiscal também afetam a compensação.

Ainda assim, os representantes dos estados dizem que houve muita boa vontade da União e buscar soluções, mas ainda querem ver como isso será efetivado. Entre os tópicos discutidos estavam aqueles que afetam diretamente a arrecadação do ICMS, como a sistemática de repasse do diferencial de alíquota (Difal), a incidência de encargos e serviços nas tarifas de energia (TUSD e TUST) para o tributo e a essencialidade da gasolina. Neste último caso, estados defendem que por se tratar de um combustível fóssil e poluente, a gasolina não poderia ter alíquota mínima no ICMS.

Os governadores, agora, serão municiados desses novos dados para marcar a próxima rodada de negociação com o Ministério da Fazenda. Eles devem propor a possibilidade de alongamento de dívida, com negociação de juros, mas visando o achatamento da prestação.

Embora as conversas entre eles já comecem virtualmente, a expectativa é de que um novo encontro presencial só ocorra após o Carnaval.

Relações federativas

Em nota, o Tesouro Nacional destacou a importância do encontro como parte das ações de "reconstrução das relações federativas". Para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, a reunião mostrou "a disposição do governo federal em iniciar o processo e reconstrução federativa".

"Há anos os estados não tinham uma agenda deste tipo no Ministério da Fazenda, com o Tesouro nacional, com representantes da PGFN e da AGU, o que demonstra a relevância que o Governo Federal está dando às relações federativas”, afirmou o secretário em nota.

Mais recente Próxima STF autoriza revisão de decisões tributárias
Mais do Globo

Cruz-maltino chegou a virar a partida, mas foi castigado nos minutos finais

Rafael Paiva, técnico do Vasco, lamenta empate com o Bragantino: 'Estamos frustrados'

Em nota à imprensa, Doug Emhoff reconheceu que teve um caso de longa data durante relacionamento, antes de conhecer Kamala

Marido de Kamala Harris admite caso extraconjugal durante primeiro casamento

Alvinegro conseguiu a vitória por 4 a 1 e reencontrou o caminho da vitória após três partidas

Botafogo goleia o Atlético-GO e assume a liderança provisória do Brasileiro

Agressão ocorreu após agentes da Força Nacional terem deixado retomadas na Terra Indígena (TI) Lagoa Panambi

Ataque deixa 10 indígenas gravemente feridos em Douradina, Mato Grosso do Sul, denunciam entidades

Timoneiro foi bronze no remo de oito em Tóquio-2020 e repetiu o resultado em Paris-2024, desta vez entre mulheres

Britânico é o primeiro a ganhar medalha no masculino e no feminino da história olímpica; entenda

Arqueiro pode ser o primeiro brasileiro a subir no pódio na modalidade

Olimpíadas 2024: Marcus D'Almeida busca medalha neste domingo: entenda como funciona um duelo de tiro com arco

Com estrelas poupadas, cruz-maltino teve uma partida complicada e sofreu empate com gosto de derrota

Em São Januário, Vasco cede empate ao Red Bull Bragantino e chega a três jogos sem vencer no Brasileirão

Conselho Nacional Eleitoral ratificou vitória do mandatário nas eleições do último domingo, mas oposição questiona resultados com base em atas digitalizadas

Maduro diz 'não aceitar' que oposição 'pretenda usurpar' a Presidência da Venezuela

Concurso 2.757 foi realizado pela Caixa Econômica Federal neste sábado

Mega-Sena: ninguém acerta as seis dezenas, e prêmio vai a R$ 12 milhões