Economia
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Por Caroline Nunes — Rio de Janeiro

No dia seguinte ao anúncio do governo sobre a redução de impostos para diminuir o preço de carros populares, a maioria das concessionárias de automóveis vive um cenário de incertezas. As regras serão oficializadas por meio de decreto e medida provisória, mas a Fazenda pediu 15 dias para estruturar o programa.

Mas a preocupação com a queda nas vendas é anterior a promessa feita pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, de descontos de até 10,96% nos preços a partir da redução de impostos federais para veículos até R$ 120 mil.

O GLOBO esteve, nesta sexta-feira, em algumas concessionárias cariocas para verificar a movimentação dos consumidores e entender as expectativas de vendas após o anúncio que impactará o setor.

Na concessionária da Renault, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, as vendas despencaram nas últimas semanas. Mas a queda é observada desde o início da pandemia e se manteve com aumento da taxa de juros.

Gerente de vendas da concessionária, Marcelo Espíndola contou que nesta semana vendeu apenas um carro, um do modelo Kwid. O normal, por mês, é vender 36 veículos — incluindo novos e seminovos —, número que não é considerado tão positivo, diante dos 90 automóveis vendidos em outros momentos. O gerente garante, entretanto, que o cenário não é restrito àquela loja.

— Esse cenário não é só aqui, é no grupo todo. As vendas despencaram e agora as pessoas estão esperando pelo desconto vindo da redução do imposto — fala.

Congelamento de vendas

Do outro lado da cidade, na Zona Norte, a situação é a mesma. Em outra concessionária da Renault, um funcionário, que preferiu não se identificar, demonstrou preocupação com a possibilidade do congelamento de vendas. Até mesmo a compra e venda de carros seminovos ou usados pode ser impactada, segundo ele.

O GLOBO apurou ainda que a fábrica da Renault está se preparando internamente para refaturar os veículos para retornar com valor correto, de acordo com a redução, para a loja.

Na Volkswagen, o mesmo vai acontecer. A marca se prepara para reestruturar o valor dos carros. Enquanto isso, em uma concessionária na Zona Sul, os funcionários relatam ter receio dos próximos dias.

— Hoje ainda não vendemos um carro. Imagina como vai ser os próximos 15 dias de incerteza — desabafou um funcionário.

Último fim de semana de maio

Na mesma região, um funcionário da Hyundai confirmou a informação de que as vendas estão difíceis para todos do setor. De acordo com o relato, nesta semana a loja só havia vendido quatro carros. Além da preocupação com o congelamento das vendas.

Nessa loja o anúncio da redução de impostos acontece em um período que tradicionalmente, de acordo com relatos, as vendas de automóveis são maiores: o último fim de semana do mês.

Na filial de uma loja da Fiat foi onde os funcionários estavam mais otimistas em relação aos dias que sucedem o anúncio da redução de impostos. Em uma unidade da Zona Sul, funcionários informaram que a marca já faz uma ação com descontos que ultrapassam os R$ 6 mil, o que seria semelhante ao desconto prometido pelo governo.

O que dizem as marcas

A Stellantis, grupo que possui as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram e Abarth, além de Chrysler e Dodge, afirmou estar avaliando as medidas e aguardando estudos que concluirão os contornos do programa.

A Volkswagen, por sua vez, disse que está avaliando as medidas de incentivo ao setor automotivo divulgadas pelo Governo Federal e aguarda a divulgação detalhada do programa para comentar o tema.

Procuradas, a Hyundai e a Renault não responderam ao pedido de pronunciamento até a publicação desta reportagem.

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