Economia
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A Abu Dhabi National Oil Company ( Adnoc), a estatal de petróleo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desistiu de comprar a fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, produtora de polietileno, polipropileno e PVC, usados para fabricar embalagens e diversos produtos. Com o anúncio, as ações da companhia, que chegaram a cair 16,27% na Bolsa de Valores (B3), encerram em queda de 14,53%, a R$ 19,71.

Em novembro, os árabes ofereceram R$ 10,5 bilhões para se tornarem sócios na gigante petroquímica, que tem como principais acionistas a Novonor (50,1%) e a Petrobras (47%). Porém, de acordo com fontes e analistas, pensaram as incertezas em torno da tragédia ambiental em Alagoas, onde a exploração de uma mina de sal-gema afundou diversos bairros da capital Maceió, obrigando moradores a deixar a região.

Em comunicado, a Braskem disse que a Novonor foi informada de desistência pela própria Adnoc. "Fomos informados pela Adnoc que não têm interesse em dar continuidade ao processo de análise e negociações com a Novonor", disse a Braskem. Com o anúncio, a gigante do setor petroquímico perdeu R$ 2,3 bilhões em valor de mercado, para R$ 15,73 bilhões.

Porém, a Brakem lembrou que a Novonor "segue plenamente engajada no processo, em linha com o compromisso assumido com suas partes relacionadas".

Ontem, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse, em evento nos Estados Unidos, que a estatal está aguardando que outras empresas façam ofertas por pela fatia na Braskem. Em fevereiro, o executivo disse que Petrochemical Industries Corporation (PIC), estatal do Kuwait e subsidiária da Kuwait Petroleum Corporation, havia manifestado interesse na Braskem.

A Petrobras, pelo acordo de acionistas , tem direito de preferência nas negociações envolvendo a fatia da construtora na empresa. A estatal, por não participar da gestão da Braskem, fez uma due diligence (diligência) na companhia.

— Há outras empresas procurando, fazendo sua due diligence. Já concluímos nossa due diligence. Estamos prontos para agir. Se precisarmos fazer uma opção, nós a faremos — disse Prates.

Prates disse que a Petrobras estaria ansiosa para trabalhar "meio a meio" com um novo parceiro "financeiramente forte", acrescentando que a estatal tem "outras coisas" em andamento com a Adnoc. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a estatal quer aproveitar a possível chegada de um novo sócio para fazer um acordo de acionistas que permita a participação na gestão da companhia.

Essa fonte lembrou que ainda não há uma decisão se a Petrobras compraria a participação da Novonor na Braskem, já que isso poderia representar uma estatização da petroquímica. “Esse tema ainda não foi definido”. lembrou a fonte.

Segundo especialistas, o que travou a entrada da Adnoc foi a incerteza em torno dos impasses envolvendo a tragédia em Alagoas, com a judicialização do caso. Uma fonte lembrou do próprio governo de Alagoas ter entrado com uma ação para participar das negociações e da realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Os gastos da Braskem com a tragédia já superam os R$ 15 bilhõe, segundo estimativas.

—Comprar a Braskem se tornou complexo. Há risco de novas provisões com o acidente em Alagoas. Além disso, a Novonor está em recuperação judicial e quando tomou crédito, deu em garantia as ações da Braskem. Só a venda para terceiros abre possibilidade dos bancos reaverem — diz Pedro Galdi, analista de investimento independente.

Unipar não quer mais

Segundo analistas, o processo de compra da Braskem tende a ser desafiador. A Unipar, uma das principais produtoras de PVC, cloro e soda na América do Sul, que chegou a fazer uma proposta para comprar a totalidade das ações que a Odebrecht na Braskem através de uma oferta pública de ações, ontem disse que não avalia mais o negócio.

O presidente da Unipar, Rodrigo Cannaval, informou que a Unipar não tem intenção de retomar sua participação no processo de alienação de ações da Braskem neste momento. “A companhia continua focada em seu crescimento sustentável e permanece constantemente avaliando eventuais oportunidades no mercado”, disse a empresa.

A J&F, holding controlada pela família Batista, chegou a apresentar uma proposta no valor de R$ 10 bilhões, mas o negócio não avançou. (Com Luana Reis e Bloomberg)

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