Economia
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Por Bloomberg — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 27/06/2024 - 04:01

Bancos divididos sobre Selic em 2025

Grandes bancos estão divididos sobre a Selic em 2025 devido a incertezas na inflação e sucessão no BC. Previsões variam entre cortes e manutenção das taxas, com mercado atento às ações do Fed e perspectivas fiscais do Brasil. Lula ainda não definiu substituto para Campos Neto.

A deterioração das expectativas de inflação e a iminente substituição do presidente do Banco Central deixam as apostas para a Selic longe de um consenso, com grandes bancos divididos sobre se há espaço para corte em 2025, enquanto agentes de mercado embutem na curva dos juros futuros um aumento neste ano.

As perspectivas também são impactadas pela incerteza sobre quando o Federal Reserve começará a cortar juros e pelas preocupações sobre as perspectivas fiscais brasileiras.

Economistas do Itaú, JPMorgan e XP preveem que a Selic permanecerá em 10,5% até o fim de 2025. Já Bradesco e Bank of America projetam novos cortes nas taxas no próximo ano. Operadores, no entanto, apostam que os riscos de inflação levarão o BC a inverter o rumo e subir juros neste ano.

Na reunião de junho, o BC interrompeu quase um ano de flexibilização monetária, citando fatores como uma inflação persistente e atividade resiliente. Ajustado pela inflação, o Brasil ainda tem um dos custos de financiamento mais elevados do mundo. Mesmo assim, o BC sinalizou que manterá os juros estáveis durante algum tempo para combater a piora das expectativas de inflação.

Cenário “parece consistente com nossa previsão de uma taxa Selic estável em 10,50% no futuro próximo, embora reafirmemos a falta de visibilidade, especialmente além das próximas reuniões”, escreveu Cassiana Fernandez, chefe de pesquisa econômica para a América Latina no JPMorgan, em relatório.

Já o Itaú projeta que o BC terá que manter os juros altos até o fim do ano que vem para resolver o problema de desancoragem das expectativas.“Há uma desancoragem num horizonte grande, em 2026. Esse desvio sugere que tem dúvidas sobre o compromisso do BC com a meta num horizonte distante”, diz Fernando Gonçalves, superintendente de pesquisa macroeconômica do banco.

Analistas da XP apontam que qualquer previsão para 2025 tem “um nível de incerteza particularmente alto”, especialmente porque o mandato do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, termina no final do ano, quando terá um substituto escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem, perguntado se deve indicar o atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, para o lugar de Campos Neto, Lula elogiou o economista, mas desconversou dizendo que ainda está “pensando”. E voltou a atacar a política monetária do BC liderado por Campos Neto. No mercado, há dúvidas se Galípolo à frente do BC resistiria à pressão do presidente para cortar juros para estimular a economia.

A curva de juros precifica um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic até dezembro, num contexto de ceticismo sobre se a administração Lula cumprirá as metas fiscais e de preocupações sobre a tolerância do governo à inflação.

Sinal verde do Fed

O Bradesco vê espaço para um corte no segundo semestre do próximo ano, levando a Selic para 9,5% até o final de 2025. O Bank of America argumenta que a flexibilização monetária pode ser retomada já em janeiro, embora isso dependa em grande parte das ações do Fed (banco central americano)

“A retomada de cortes depende muito do Fed, e o nosso cenário é que o Fed vai começar a cortar juros em dezembro. E aí isso daria luz verde para o Copom reiniciar o ciclo de cortes”, disse David Beker, chefe de economia do Brasil, no BofA, em entrevista.

O BC se mantém atento ao Fed, uma vez que um diferencial cada vez menor entre as taxas dos EUA e do Brasil pode desencadear um fluxo de saída de investidores. Um espaço para cortes dependerá também das expectativas de inflação, das mudanças nas perspectivas fiscais do Brasil e da reação do mercado, acrescentou Beker.

O Bradesco espera que o novo presidente do banco mantenha as taxas de juros inalteradas durante os primeiros seis meses de 2025 para estabelecer credibilidade no combate à inflação, disse Myriã Bast, superintendente de Pesquisa Econômica do banco, em entrevista. A combinação de taxas elevadas por um período mais longo e a credibilidade que a nova equipe iria construir criaria então espaço para cortes, segundo ela.

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