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Por — Rio de Janeiro

De olho nas possibilidades permitidas pela alta velocidade do 5G, cada vez mais empresas estão apostando na construção de suas próprias redes móveis privadas em parceria com operadores de telecomunicações e fornecedores de infraestrutura. De acordo com a consultoria Teleco, já são 23 iniciativas, com a maior parte da lista formada por indústrias, companhias do setor agropecuário e de infraestrutura.

Com mais conectividade e análise de dados em tempo real, as empresas conseguem reduzir custos, aumentar a produtividade e evitar acidentes envolvendo funcionários. A frequência do 5G para redes privadas é a mesma que a usada pelo consumidor.

A diferença é que as corporações podem contratar um “pedaço” da frequência, de forma exclusiva, com a construção de infraestrutura própria, sob medida para atender necessidades tecnológicas, como alta velocidade, precisão e ausência de falhas de transmissão.

Segundo Debora Bortolasi, diretora executiva B2B da Vivo, as redes privadas têm papel central para acelerar a digitalização industrial, inserindo tecnologias como internet das coisas (IoT), análise de dados e inteligência artificial (IA) dentro da operação, transformando dados em inteligência:

— Isso garante mais segurança e ganho de eficiência. O Brasil hoje está entre os principais países na utilização dessas redes no mundo. O 5G, por ser recente, ainda precisa avançar na curva de maturação.

Edi Claudio Fiori, executivo de Tecnologia da Informação da São Martinho, diz que a empresa já investiu mais de R$ 150 milhões para levar conectividade a 350 mil hectares de sua operação agrícola em São Paulo e Goiás em parceria com TIM, Ericsson e Microsoft.

— Com o 5G, vamos poder sonhar com casos de uso denso, com maior velocidade na troca de informações e um volume de dados muito maior do que o que vivenciamos hoje.

A Nestlé conectou sua fábrica de Caçapava (SP) com 5G. É  a primeira da América Latina — Foto: Divulgação
A Nestlé conectou sua fábrica de Caçapava (SP) com 5G. É a primeira da América Latina — Foto: Divulgação

No ano passado, a Nestlé decidiu investir em sua primeira rede privada de 5G na América Latina na unidade de Caçapava, em São Paulo. Gustavo Moura, gerente de Automação e Transformação Digital da empresa, lembra que a ideia surgiu da iniciativa de transformar a fábrica de automatizada para autônoma.

De 2019 a 2023, a companhia vem investindo R$ 200 milhões em IA, aprendizado de máquina e automações, diz ele:

— Todos os parceiros envolvidos estão aprendendo em um nível de profundidade maior. Em um futuro próximo, teremos a definição sobre novos passos.

Mais automação

Marcello Miguel, diretor-executivo de Marketing da Embratel, cita que os setores mais avançados em redes privativas são a indústria, óleo e gás, siderurgia e energia. Para isso, a Embratel desenvolveu três versões de rede, com opções voltadas para menor latência e para aplicações de missão crítica.

— As redes privadas já estão transformando diversos setores, com maior otimização nos custos, maior segurança e resiliência. A rede privativa é uma habilitadora de digitalização.

Miguel destaca o caso da Gerdau, que constrói uma rede 5G em sua unidade industrial de Ouro Branco, em Minas Gerais, com área de 8,3 mil quilômetros quadrados e que já conta com mil chips conectados ao longo da instalação.

Segundo Gustavo França, diretor global de Tecnologia da siderúrgica, as informações são criptografadas, com o uso de sensores que monitoram as máquinas:

— Há ainda o monitoramento de 90 quilômetros de nossa linha férrea. O 5G é mais uma capacidade digital que está sendo adicionada para aumentar o valor do negócio, com o menor tempo de entrega de produtos aos clientes, e reduzir o total de paradas.

Na Petrobras, uma rede privada com 5G vai conectar 29 plataformas próprias de produção em alto-mar localizadas nas bacias de Campos e Santos e 17 unidades em terra até o ano que vem. Em parceria com a Vivo, a meta da estatal é ampliar a velocidade de transmissão de dados, impulsionando as operações remotas.

Petrobras vai conectar em uma rede privada com 5G 29 plataformas próprias de produção nas bacias de Campos e Santos e 17 unidades em terra até o ano que vem — Foto: Márcia Foletto/Agência O globo
Petrobras vai conectar em uma rede privada com 5G 29 plataformas próprias de produção nas bacias de Campos e Santos e 17 unidades em terra até o ano que vem — Foto: Márcia Foletto/Agência O globo

Monitoramento

Segundo Hélio Oyama, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Qualcomm, as redes privadas 5G estão desempenhando papel fundamental no segmento industrial por permitirem a automação de processos, reduzindo despesas operacionais e aumentando a produtividade.

— Temos o projeto Conecta 5G da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, que estimula a instalação de luminárias inteligentes com 5G. A iniciativa deve impulsionar a transformação digital de municípios — disse Oyama.

Para Fabio Avellar, vice-presidente de Receitas da TIM, o desafio é o desenvolvimento de soluções que atendam as demandas específicas de cada indústria. Ele cita iniciativas com a Stellantis, dona da Fiat, que contou com o uso de análise de vídeo, computação de borda (sem a necessidade de nuvem) e inteligência artificial para que a tecnologia analise em tempo real placas de identificação dos modelos produzidos com as ordens de produção, em um processo contínuo de operação.

Suape, em Pernambuco, foi o primeiro porto a receber uma rede privada 5G — Foto: Divulgação
Suape, em Pernambuco, foi o primeiro porto a receber uma rede privada 5G — Foto: Divulgação

Já no projeto envolvendo a Brasil Terminal Portuário, da área de logística e também feito em parceria com a TIM, o objetivo foi fazer uma operação remota de guindastes, além de soluções de monitoramento remoto e em tempo real de equipamentos.

— Entendendo os processos industriais e ecossistema de soluções, conseguimos conciliar o uso do 5G para impulsionar o desenvolvimento para ganhos de eficiência e produtividade — afirma Avellar.

O ramo portuário é um dos mais avançados nas iniciativas privadas. Suape, em Pernambuco, foi o primeiro porto a receber uma rede privada 5G, em parceria com a Embratel. O projeto utilizou câmeras inteligentes integradas com solução de análise de vídeos para automatizar processos de identificação e monitoramento de entrada e saída de veículos armazenados no atracadouro, reduzindo o tempo para conferência de cargas.

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