Mundo
PUBLICIDADE

Por Renan Monteiro — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que a Guerra da Ucrânia será um dos tópicos abordados durante sua viagem à China entre os dias 26 e 31 deste mês. Em entrevista à TV 247, o ocupante do Palácio do Planalto voltou a declarar suas intenções de trabalhar para mediar o conflito, protendo atuar com "esforço" para garantir o cessar-fogo.

Desde janeiro, quando recebeu o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Brasília, Lula defende a criação de um grupo para mediar a guerra na Ucrânia formado por países dispostos a negociar a paz no Leste Europeu. Na ocasião, disse que era hora de o presidente chinês, Xi Jinping, "pôr a mão na massa" para resolver a disputa geopolítica.

— Se depender de mim, falarei sobre a guerra na Ucrânia com a China. Eu acho que nosso protagonismo vai voltar, se soubermos fazer as coisas bem feitas. É preciso encontrar alguém que comece a falar em paz, eu vou conversar com o Xi Jinping, o Brasil está à disposição para fazer qualquer esforço para garantir a paz — disse.

Desde o comentário de Lula, Xi anunciou um plano de paz de 12 pontos para o conflito russo-ucraniano, lançado no 1º aniversário da guerra, em 24 de fevereiro. A iniciativa pede um cessar-fogo, defende a integridade territorial — sem esclarecer como isso se aplicaria aos territórios ucranianos anexados por Moscou — e oferece benefícios à Rússia com a suspensão das sanções.

— A guerra está lá há um ano. Agora é preciso encontrar alguém que comece a falar em paz, porque EUA e Europa não estão falando de paz. Estão envolvidos direta ou indiretamente na guerra. Vou conversar com XI, porque a China é um país extremamente importante, um país que pode ter uma discussão mais séria com os EUA— disse Lula.

O plano chinês originalmente bem recebida tanto por Kiev quanto por Moscou, mas rechaçada de imediato pela Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan). Washington e seus aliados criticam o que dizem ser uma falsa neutralidade chinesa no conflito: apesar de não fornecerem armas ao Kremlin, os chineses se abstêm de condenar a invasão em fóruns internacionais e aumentam a aproximação com os russos.

Lula viajará a China dias após o retorno de Xi de Moscou, onde o líder chinês está desde segunda e assinou 14 acordos de cooperação em áreas que vão da energia atômica à produção audiovisual. A visita aprofunda uma relação que se intensifica frente à necessidade russa de driblar o isolamento ocidental e a enxurrada de sanções da qual é alvo desde que invadiu a vizinha Ucrânia.

Durante o encontro desta terça, Putin disse que a relação entre China e Rússia está "no auge de seu desenvolvimento histórico" e afirmou que os planos chineses para a paz são "consonantes com as abordagens russas e podem ser base para uma resolução pacífica na Ucrânia quando o Ocidente e Kiev estiverem prontos para isso".

Xi, por sua vez, repetiu a posição chinesa de que apoia as conversas de paz para usar o que chama de "crise ucraniana", fugindo de caracterizar o imbróglio como uma guerra. Sua fala, contudo, apenas repetiu a já conhecida posição de Pequim sobre o conflito, oque sugere a falta de grandes avanços no tema.

Para os chineses, a aproximação do Kremlin é mais pragmática: aumentaram em mais da metade suas importações de combustíveis russos entre fevereiro do ano passado e deste ano, comprando muitas vezes com desconto.

O lugar de mediador do conflito também poria Pequim em um lugar de protagonismo na diplomacia habitualmente ocupado por Washington e nações europeias, um trunfo em sua tentativa de fazer frente à hegemonia americana. Tal ambição de Xi foi reforçada na semana passada, com sua mediação na surpreendente retomada de laços entre Arábia Saudita e Irã na semana passada.

Mais recente Próxima Produtora da Fox News afirma que foi forçada a mentir no caso Dominion
Mais do Globo

BepiColombo, uma missão conjunta europeia e japonesa, concluiu seu último sobrevoo por Mercúrio, enviando uma prévia do planeta cheio de crateras que começará a orbitar em 2026

Novas imagens mostram a superfície de Mercúrio como nunca vista antes;  veja com detalhes nítidos

Supremo Tribunal Federal reservou três semanas para ouvir 85 testemunhas de defesa de cinco réus, sendo que algumas são as mesmas, como os delegados Giniton Lages e Daniel Rosa, que investigaram o caso

Caso Marielle: audiência da ação penal contra irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa será retomada hoje pelo STF

A decisão do candidato da oposição de deixar a Venezuela por temer pela sua vida e pela da sua família ocorreu depois de ter sido processado pelo Ministério Público por cinco crimes relacionados com a sua função eleitoral

Saiba como foi a fuga de Edmundo González, candidato de oposição da Venezuela ameaçado por Nicolás Maduro

Cidade contabiliza 21 casos desde 2022; prefeitura destaca cuidados necessários

Mpox em Niterói: secretária de Saúde diz que doença está sob controle

Esteve por lá Faisal Bin Khalid, da casa real da Arábia Saudita

Um príncipe árabe se esbaldou na loja da brasileira Granado em Paris

Escolhe o que beber pela qualidade de calorias ou pelo açúcar? Compare a cerveja e o refrigerante

Qual bebida tem mais açúcar: refrigerante ou cerveja?

Ex-jogadores Stephen Gostkowski e Malcolm Butler estiveram em São Paulo no fim de semana e, em entrevista exclusiva ao GLOBO, contaram como foi o contato com os torcedores do país

Lendas dos Patriots se surpreendem com carinho dos brasileiros pela NFL: 'Falamos a língua do futebol americano'

Karen Dunn tem treinado candidatos democratas à Presidência desde 2008, e seus métodos foram descritos por uma de suas 'alunas', Hillary Clinton, como 'amor bruto'

Uma advogada sem medo de dizer verdades duras aos políticos: conheça a preparadora de debates de Kamala Harris