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Por O Globo e agências internacionais — Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que que "está de acordo" com a reabertura do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos no país, cerca de dois meses e meio depois de determinar a suspensão de suas atividades e a saída dos funcionários em 72 horas. A decisão vem em momento de crescente pressão sobre Caracas ligada à eleição presidencial marcada para julho, da qual vários opositores foram impedidos de concorrer.

Ao lado do procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, Maduro afirmou que recebeu a proposta para reabrir o escritório do Alto Comissariado, e que "está de acordo com a superação das diferenças". Ele disse que o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, deve visitar a capital venezuelana em cerca de três semanas, em ato que marcará a retomada dos trabalhos. Não foi dada uma data para o retorno dos funcionários.

— Estou preparado para receber Volker Türk — disse Maduro. — As portas do Palácio de Miraflores estão abertas para que venha Volker Türk.

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Ainda não houve comunicado por parte do Alto Comissariado. Khan, responsável pela investigação da Venezuela por supostos crimes contra a Humanidade cometidos pelo governo desde 2017, celebrou a decisão. Ele estava na capital venezuelana para a abertura de uma representação da Promotoria do tribunal, e se disse "muito agradecido" a Maduro por ter "expressado seu compromisso de permitir que o escritório do Alto Comissariado da ONU voltasse à Venezuela.

— Acredito ser algo muito positivo e é algo que precisa ser parabenizado, para reforçar sua importância — afirmou.

No dia 15 de fevereiro, o chanceler venezuelano, Yvan Gil, anunciou a suspensão dos trabalhos do escritório da ONU, em funcionamento desde 2019, e determinou a saída de seus funcionários estrangeiros do país em até 72 horas.

Era uma resposta às críticas feitas pela instituição à prisão da ativista Rocío San Miguel, acusada de "traição à pátria", "terrorismo" e "conspiração": em uma publicação no X, no dia 13 de fevereiro, o orgão disse que "o paradeiro dela [Rocío San Miguel] ainda era desconhecido, potencialmente qualificando sua detenção como um desaparecimento forçado".

— Esta decisão é tomada devido ao papel inadequado que esta instituição tem desenvolvido, que, longe de se mostrar como uma entidade imparcial, tornou-se o escritório de advocacia privado do grupo de golpistas e terroristas que conspiram permanentemente contra o país — disse o chanceler na ocasião, afirmando ainda que a decisão seria mantida "até que retifiquem publicamente perante a comunidade internacional a sua atitude colonialista, abusiva e violadora da Carta das Nações Unidas".

O governo de Nicolás Maduro se encontra em momento de grande pressão externa, relacionada à prisão de dissidentes e ao veto a seus principais rivais na disputa presidencial de julho, incluindo María Corina Machado, inabilitada por 15 anos e vencedora das primárias disputadas no ano passado. Sua substituta, Corina Yoris, também foi barrada, e no sábado o diplomata Edmundo González foi confirmado como o candidato que concentrará os votos contra Maduro.

Nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos maiores aliados de Maduro na região, mas que também se vê pressionado para cobrar Caracas por uma votação livre, disse que a articulação dos oposicionistas é "extraordinária".

— Na questão da Venezuela, está acontecendo uma coisa extraordinária: a oposição toda se reuniu, está lançando um candidato único. Vai ter eleições, eu acho que vai ter acompanhamento internacional, há interesse de muita gente de querer acompanhar. Se confirmado, o Brasil participará [do processo]. A perspectiva é de que quando terminar as eleições, a gente volte a uma normalidade — disse o presidente, em café com jornalistas.

Na semana passada, os EUA anunciaram a retomada de sanções contra a indústria petrolífera e de gás, retomando medidas suspensas desde outubro do ano passado, quando governo e oposição firmaram um acordo que deveria garantir eleições livres no país. Contudo, as sanções são consideradas mais amenas do que as aplicadas no passado, e permitem a concessão de licenças específicas a operadores baseados nos Estados Unidos.

Na conversa com jornalistas, Lula disse torcer para que as medidas sejam revogadas, e pediu aos candidatos na Venezuela que aceitem os resultados.

— Quem ganhou toma posse e governa, quem perdeu, se prepara para as outras eleições, como eu me preparei depois de três derrotas aqui.

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