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Por — São Paulo

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GERADO EM: 12/07/2024 - 10:01

Críticas a Biden por declínio cognitivo

Joe Biden enfrenta críticas sobre seu declínio cognitivo após coletiva de imprensa. Gafes e dúvidas assombram democratas, enquanto Trump se aproveita da situação. Futuro da campanha democrata permanece incerto.

Nada dá certo para Joe Biden. Na primeira vez, desde novembro, em que encarou sozinho repórteres, o presidente dos Estados Unidos respondeu de forma direta a questões sobre sua saúde (“Estou bem!”) e a crise no Partido Democrata (“Não vou sair da disputa”) após seu desastroso desempenho, há duas semanas, no debate com Donald Trump. Se aprofundou nas diferenças entre a política externa de seu governo e o isolacionismo trumpista. Mirou nos independentes ao celebrar o democrata Harry Truman (1884-1972) e o republicano Ronald Reagan (1911-2004) como antecessores que, “como eu, sabiam que os Estados Unidos eram indispensáveis”. Foi bem em temas caros aos americanos, entre eles economia e imigração. Mas o que ficou mesmo na cabeça, após uma hora de sabatina, foi o filete de voz, os estranhos sussurros, e um par de gafes. A primeira, em evento anterior, quando trocou o nome do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, pelo do russo, Vladimir Putin. A segunda, já na coletiva de imprensa, ao confundir a vice Kamala Harris com seu antecessor Donald Trump.

Se, com a coletiva, pretendia deixar claro não sofrer declínio cognitivo, como meio mundo suspeita desde o debate, Joe Biden convincentemente fracassou.

O embate com Trump, em que o presidente, seguidas vezes, não conseguiu completar seu raciocínio, não deveria ter acontecido em junho. Foi antecipado a pedido da campanha à reeleição, interessada, após o elogiado discurso do Estado da União, em março, em “silenciar de uma vez por todas críticas preconceituosas”, “alimentadas por um adversário de 78 anos”, às voltas, ele também, com episódios recentes e públicos de confusão mental. Trump trocara a pré-candidata republicana à Casa Branca Nikki Haley pela ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, baluarte democrata. Agora, diziam as hostes democratas, ele iria ver. Não viu.

Nos dias seguintes ao desastre, a campanha acreditou que a crise poderia ser enfrentada com aparições de Biden em comícios país afora. O homem, afinal, gosta é de gente, diziam. Mas nos eventos o presidente lia o que via no teleprompter. Não deu certo. Decidiu-se então pela entrevista exclusiva a George Stephanopoulos, da rede ABC, que foi ao ar na última sexta-feira. Foi quando Biden afirmou que “somente Jesus me faria desistir da reeleição”. E respondeu “acho que não” ao ser questionado se havia revisto o debate. Adivinha? Deu errado.

Biden chama Zelensky de Putin em evento sobre Ucrânia durante cúpula da Otan

Biden chama Zelensky de Putin em evento sobre Ucrânia durante cúpula da Otan

A Casa Branca passou então a argumentar que as duas horas de debate eram só um pé de página na enciclopédia de êxitos econômicos e sociais de três anos e meio de governo. Só que há mais números na equação. Joe Biden chegará ao fim de um eventual segundo mandato aos 86 anos. Em novembro, as urnas também decidirão 1/3 do Senado, 435 cadeiras da Câmara e 11 governos estaduais. E o presidente se tornou peso cada vez mais difícil de se carregar pelos candidatos democratas.

Pelas regras partidárias, não se pode substituir Biden após as primárias. Ele precisaria se retirar. E a cada novo pedido público de um democrata com cargo eletivo para Biden encerrar sua campanha aumenta a impressão de isolamento do presidente. Analistas viram em seu elogio a Kamala Harris na coletiva um sinal de que o presidente teria começado a cogitar a substituição. Mas família e assessores próximos seguem defendendo que ele siga até o fim.

Enquanto Biden se pergunta 'should I stay or should I go?', o relógio não para. Trump será confirmado na semana que vem candidato à Casa Branca em uma enorme festa da direita que enfatizará a unidade do Partido Republicano em torno dele. Já a Convenção Democrata, na segunda quinzena de agosto, arquitetada como celebração do governo, se derreteu em pontos de interrogação. Biden seguirá? Kamala o substituirá? Governadores bem avaliados em seus estados se candidatarão?

Causaram real impacto no partido o artigo de George Clooney no New York Times clamando pela desistência de Biden e o vazamento de vídeo com conversa de Stephanopoulos, após a entrevista com o presidente. Ao ser instado a dizer se ele tem condições de comandar o país pelos próximos quatro anos, afirmou que não.

Clooney comandou esforço de doação para a campanha democrata que recolheu mais de R$ 150 milhões de cabeças coroadas de Hollywood. Na ocasião, esteve frente a frente com Biden. Prestou-se especial atenção no ator e no jornalista por terem sido testemunhas oculares da decadência cognitiva do presidente.

Antes de escrever seu artigo, revelou o site Politico, Clooney conversou com Obama, que “não fez objeção à publicação”. O ex-presidente também estava no evento de arrecadação em Los Angeles, quando conversou com seu vice. No fim da quinta-feira, vazou a informação de que Obama e Nancy Pelosi conversaram durante o dia sobre a percepção mútua de que as chances de Biden vencer Trump haviam diminuído drasticamente pós-debate, sem, no entanto, elaborar conclusões sobre o que fazer.

Um bom começo para que as coisas comecem a dar certo no lado democrata seria responder a questões não resolvidas na coletiva, que serão exploradas por Trump até novembro e seguirão assombrando os democratas, com ou sem Biden na cabeça da chapa presidencial: Qual o real estado cognitivo do presidente que confunde Zelesnky com Putin? Se há, como parece, um declínio, quem decidiu privar os cidadãos da informação? A vice-presidente Kamala nada sabia? E se Biden se declarar incapaz de enfrentar Donald Trump na campanha, por que teria condições de comandar a maior potência global até janeiro?

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