Entrevistas
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Por Anna Luiza Santiago

Quando "O Auto da Compadecida" estreou nos cinemas, em 2000, Virginia Cavendish tinha 29 anos. Hoje, aos 53, a atriz afirma que sua personagem, Rosinha, está muito mais parecida com ela na sequência da obra, "O Auto da Compadecida 2", que tem previsão de estreia para dezembro de 2024. Ela também conta como foi voltar a interpretar Rosinha depois de tanto tempo:

— A Rosinha mudou muito. Tive um pouco de medo, só no começo, mas não foi difícil achar a Rosinha novamente, porque ela estava bem encaixada com um pouco do que eu sou hoje em dia. Vai ser surpreendente vocês descobrirem a nova Rosinha. Eu não posso falar muito, porque é para ser surpreendente mesmo, mas ela é uma pessoa moderna. Ela cresceu neste novo filme, está em busca de quem é ela mesma.

Virginia comemora o reencontro no set de filmagens com amigos como Selton Mello e Matheus Nachtergaele e com o ex-marido, Guel Arraes:

— São pessoas que você não vê há muitos anos, mas, quando reencontra, estão no mesmo lugar de afeto, amizade. Trabalhar com o Guel, com quem eu nunca mais tinha trabalhado tão diretamente, foi maravilhoso. E com o Selton e o Matheus também. Foi tão lindo.

Retomar a parceria na carreira com Guel Arraes também foi um dos pontos positivos do filme:

— Eu admiro monumentalmente a direção do Guel. A gente sempre teve uma sintonia bem grande. Temos muitos trabalhos juntos, e a liga é instantânea, a gente não se perdeu. É uma lindeza termos um ao outro. E 'O Auto da Compadecida' é um reflexo disso.

Os dois são pais de Luísa Arraes, que atualmente está no ar em "No rancho fundo", como a vilã Blandina. Virginia diz sentir muito orgulho da mulher que a filha se tornou:

— Ela é talentosíssima, dedicadíssima, tem a liberdade como uma fonte de inspiração para ela. Só tenho orgulho e admiração gigantescos pela minha filha. Ela é uma força da natureza.

Virginia estreou recentemente na série "Da ponte pra lá", da Max. A produção gira em torno de Malu (Gabz), uma jovem que sonha em ser rapper e se matricula numa escola de classe alta de São Paulo para descobrir quem matou seu melhor amigo, Ícaro (Victor Liam), um jovem trans. Virginia interpreta Leila, mulher do corrupto Augusto (Marcello Antony) e mãe de Enzo (João Guilherme), que vive um romance com a protagonista:

— A Leila é uma mulher que ainda precisa se encontrar. Ela é forte, honesta, justa, uma excelente mãe, mas se entregou num relacionamento que não faz bem a ela nem a ninguém. Ela precisa ter forças para sair disso e entender que, por enquanto, ela está sendo conivente (com as atitudes do marido). Ela tem uma sensibilidade muito aguçada.

Virginia ressalta a importância de retratar mulheres como Leila:

— Existe esse estigma de que mulher precisa cuidar do outro, mas ela precisa cuidar de si mesma primeiro para depois poder cuidar do outro. Você só pode cuidar do outro quando você sabe quem você é. Eu acho que é questão de acordar para o seu próprio sujeito e viver a sua própria identidade, não a do outro. É um personagem muito fascinante por isso. Você vê que tem um vulcão funcionando dentro dela, mas que ainda não teve a possibilidade de ir para fora.

Recentemente, Virginia decidiu compartilhar em suas redes que passou por um explante de suas próteses de silicone nos seios. Ela conta que está em um movimento para se tornar cada vez mais natural.

— Essa vontade de retirar o silicone começou com o meu incômodo com a troca do silicone na última operação que eu fiz. Eu não fiquei satisfeita, ficou muito maior do que eu queria. Sempre fui uma pessoa com seios fartos, e o médico aumentou mais do que deveria sem a minha permissão — explica a atriz.

A princípio, ela pensou apenas em reduzir novamente a prótese, mas, depois de muito estudar sobre o assunto, chegou à decisão de fazer o explante:

— Estou em busca de um lugar muito mais natural para mim. Descobri que silicone é petróleo, eu nem sabia o que estava dentro do meu corpo. Combustível fóssil pode causar um gatilho de doença no futuro. Eu fiquei com muito medo, confesso. Tanto que eu fui a cinco médicos diferentes, e a maioria queria que eu trocasse a prótese por uma menor. Dos cinco, só a médica com quem eu operei falou para eu tirar, para eu poder me livrar disso. Estou muito satisfeita, não poderia estar mais. Me sinto leve, era meio quilo de uma coisa dentro de mim.

Sobre projetos futuros, Virginia diz estar concentrada na apresentação da sua tese de mestrado. Por isso, ela só retomará as sessões da peça "Mary Stuart", em São Paulo, no segundo semestre:

— Eu vou entregar (a tese) agora no meio do ano. Acho que a gente tem que estudar até morrer. A única coisa que sei é que nada sei. Eu estudo piano também, fiz faculdade de música. Estudar para mim não é um sacrifício, é um prazer. Mas estou fazendo "Mary Stuart", uma peça que produzi em São Paulo. A gente ficou três meses em cartaz e foi um sucesso louco. Agora vou fazer de novo. Vão ser mais 24 apresentações, no segundo semestre.

Virginia Cavendish após o explante de silicione — Foto: Reprodução / Instagram
Virginia Cavendish após o explante de silicione — Foto: Reprodução / Instagram
Luisa Arraes e Virginia Cavendish — Foto: Reprodução / Instagram
Luisa Arraes e Virginia Cavendish — Foto: Reprodução / Instagram
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