Eleições 2022
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Por Jan Niklas — Rio de Janeiro

Na liderança das pesquisas de intenção de voto na reta final do segundo turno, Eduardo Leite (PSDB) pode conseguir um resultado histórico no Rio Grande do Sul, já que desde a redemocratização nunca um governador conseguiu se reeleger no estado. Caso seu favoritismo seja confirmado hoje nas urnas, ele se tornará uma das poucas boias de salvação de seu partido, cuja relevância vem derretendo a cada pleito.

Após perder o comando de São Paulo, maior colégio eleitoral do país e onde os tucanos governaram por 28 anos seguidos, e não ter nenhum governador eleito em primeiro turno, a eleição no Rio Grande do Sul é vista como essencial para dar sobrevida ao partido.

A dianteira de Leite na semana decisiva da eleição ocorre após uma série de reviravoltas e do tucano quase ficar fora do segundo turno. Ao contrário do que mostravam pesquisas às vésperas do primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL) terminou à frente de Leite. O ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro teve 37,5% dos votos, enquanto o candidato do PSDB, 26,81%, tendo apenas cerca de dois mil votos a mais do que o petista Edegar Pretto, que alcançou 26,77%.

Pesquisa Ipec divulgada na sexta-feira mostra o tucano com 50% das intenções de voto, contra 40% de Onyx. Em relação à última pesquisa, da semana passada, Leite permaneceu no mesmo patamar, e Onyx oscilou um ponto para baixo.

Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni  — Foto: Arte
Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni — Foto: Arte

Estratégias opostas

Para conquistar o eleitorado gaúcho, eles traçaram estratégias opostas. Enquanto Onyx buscou atrelar sua imagem à de Bolsonaro, que ganhou no estado com 48,89% contra 42,28% do ex-presidente Lula, o tucano buscou se descolar da eleição nacional. Ao ficar em cima do muro, ele mirou atrair tanto os votos da esquerda e de antibolsonaristas, quanto de eleitores de direita.

Dessa forma, Leite conquistou na reta final o apoio do PT gaúcho que pediu “voto crítico” para ele em nome da “defesa da democracia” e para derrotar o representante de Bolsonaro no estado.

Ao longo da campanha do segundo turno, a rivalidade entre os dois postulantes ao Palácio Piratini foi se acirrando com Onyx protagonizando a maior quantidade de golpes abaixo da linha da cintura. Os ataques chegaram ao ápice quando o candidato do PL disse, em sua propaganda eleitoral, que se fosse eleito o Rio Grande do Sul “teria uma primeira-dama de verdade”. A oposição encarou a fala como homofóbica, visto que Leite se assumiu homossexual no ano passado.

No final de um debate promovido pela Rádio Gaúcha, uma cena resumiu o tom da campanha no estado. Após um confronto com ânimos acirrados e troca de farpas, Leite estendeu a mão para cumprimentar o adversário, mas ficou no vácuo. Onyx tocou em seu ombro, virou as costas e foi embora, deixando o tucano com a mão estendida.

Enquanto isso, Leite se referiu ao adversário ao longo da campanha como “ministro pipoqueiro”, “mentiroso”, além de lembrar por diversas vezes o fato de Onyx ter admitido receber dinheiro de caixa dois de campanha.

Os candidatos também protagonizaram momentos cômicos. Durante um debate, Onyx se recusou por oito vezes a responder a uma pergunta, diante da insistência de Leite, provocando risos nervosos na plateia. A cena viralizou na internet e virou meme.

— Qual a alternativa ao regime de recuperação fiscal, candidato? — questionou Leite no debate.

— Completamente diferente da sua. O senhor fez uma má escolha — respondeu Onyx.

— Diga a alternativa então — insistiu Leite.

— Muito melhor do que a sua — retrucou o bolsonarista, se esquivando de responder até o adversário desistir.

A animosidade entre os dois voltou aos holofotes no último debate entre eles, na quinta-feira. No programa, o candidato do PL se negou a dirigir a palavra ao tucano durante a maior parte do tempo, lhe deu as costas e falou praticamente só para as câmeras.

Apesar de liderar as pesquisas, Leite enfrenta a desconfiança do eleitorado gaúcho após renunciar ao governo para tentar concorrer à Presidência. Depois de ver seu projeto nacional naufragar por falta de apoios políticos, ele voltou a focar no governo do estado, mesmo tendo prometido que não tentaria se reeleger.

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