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GERADO EM: 18/06/2024 - 17:41

Repúdio a ataques da Meta e bolsonaristas ao laboratório da UFRJ.

Associação e organizações repudiam ataques da Meta e bolsonaristas ao laboratório da UFRJ por pesquisas sobre desinformação. Meta tenta desacreditar pesquisadores da UFRJ, que expuseram anúncios fraudulentos. Reação do NetLab ocorreu após identificação de fake news sobre tragédia no RS.

A Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) divulgou nesta terça-feira um posicionamento em repúdio aos ataques de parlamentares conservadores e da empresa Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, ao NetLab, laboratório vinculado à Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo de pesquisadores tem se dedicado a pesquisar desinformação sobre políticas públicas e expor a ausência de moderação de conteúdos danosos pelas principais plataformas digitais.

A Compós aponta que a investida de parlamentares alinhados ao bolsonarismo, por meio de convocação para audiência pública na Câmara, ocorreu em meio à identificação de postagens desinformativas sobre a tragédia causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Já a Meta reagiu ao fato de o NetLab ter revelado que a empresa, mesmo após advertência, manteve 1.800 posts publicitários contendo golpes na plataforma. As postagens usavam o nome do Desenrola, programa do governo federal voltado para a renegociação de dívidas.

O posicionamento da Compós se soma ao de 70 organizações do terceiro setor e centros de pesquisa ligados à Coalizão Direitos na Rede, que assinaram na semana passada uma nota de solidariedade aos pesquisadores da UFRJ. A organização manifestou repúdio e indignação "às tentativas da empresa estadunidense Meta de desqualificar, por meio de seus advogados, o trabalho de pesquisa do NetLab, que evidenciou a permanência de anúncios fraudulentos nas plataformas da empresa, mesmo após ordem judicial solicitando remoção".

Reportagem do Núcleo, site com foco na cobertura de tecnologia e redes sociais, publicada no início do mês, revelou que a Meta usou seus advogados para tentar desqualificar pesquisadores da universidade que relataram falhas e negligência na moderação de anúncios na plataforma. Documentos obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) reveleram a investida depois que relatórios do NetLab foram usados pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), para notificar e depois multar a big tech em 2023 após anúncios fraudulentos envolvendo o Desenrola permanecerem no ar.

Em resposta à multa, segundo o site, a Meta acusou a equipe do laboratório da UFRJ de ser "enviesada" e não atuar "de forma técnica".

A Compós ressaltou que a big tech tentou desacreditar os estudiosos, tática recorrente contra pesquisadores dedicados ao tema da desinformação. "Cabe considerar que tais ataques e ações de constrangimento dizem respeito não apenas ao NetLab, mas a muitos pesquisadores das Ciências Humanas – e do campo da Comunicação, em particular, que têm se dedicado a investigar a desinformação", reforça a associação, em nota.

— Nos últimos 20 anos, houve uma imensa desregulação dos modos prévios de produzir e encontrar informações. Agora, qualquer um pode produzir informações, sem qualificação. Daí tanta pesquisa sobre desinformação, daí tanta inquietação sobre o uso das redes sociais — destaca Paulo Vaz, coordenador de Área da Capes.

Em nota enviada ao GLOBO, a Meta disse reconhecer "a importância de instituições acadêmicas e da sociedade civil" e ressaltou que "mantém um diálogo permanente com muitas dessas organizações no Brasil e no mundo para ajudar a entender como podemos aperfeiçoar nossos serviços". Segundo a plataforma, a manifestação da Meta no âmbito do processo administrativo na Senacon "se limita a questionar o uso do referido relatório do NetLab como prova imparcial sem que a empresa tenha tido oportunidade de manifestação prévia em relação às conclusões nele apresentadas".

Em outra frente, o laboratório da UFRJ se tornou alvo de requerimento de uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. O movimento ocorre em meio ao alerta do NetLab de que, mesmo após assinar em conjunto com outras plataformas um acordo de cooperação para evitar a propagação de fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul, a rede de compartilhamento de vídeos YouTube tem permitido que canais lucrem com conteúdos que fazem alegações falsas sobre a tragédia ou promovem discursos negacionistas sobre as mudanças climáticas. O levantamento foi divulgado pelo GLOBO.

Em artigo publicado no GLOBO na semana passada, o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, apontou que a instituição foi surpreendida com o requerimento que "visa a questionar os resultados de pesquisas conduzidas pelo NetLab". "O requerimento leva professores à comissão com o objetivo de censurar a ciência no Brasil, criminalizando professores. Portanto, esse não é um ataque apenas à UFRJ, mas a toda a comunidade acadêmica brasileira", escreveu Medronho.

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