Contemporâneo de cineastas como Paul Thomas Anderson, Sofia Coppola e Wes Anderson, o diretor Alexander Payne está de volta com a comédia dramática “Os rejeitados”, projeto que marca seu retorno triunfal ao humor ácido e sombrio, mas eficiente, estilo que o consagrou em longas como “Os descendentes” (2011) e “Sideways: Entre umas e outras” (2004).
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A trama apresenta Paul Hunham (Paul Giamatti), professor rabugento que é obrigado a ficar em uma escola preparatória para a faculdade com alguns alunos durante as festas de final do ano. Com a convivência, ele acaba criando laços com o encrenqueiro e inteligente Angus Tully (Dominic Sessa) e com a cozinheira Mary (Da’Vine Joy Randolph), que acabou de perder o filho na Guerra do Vietnã. As atuações do trio são ótimas: Giamatti levou o Globo de Ouro de ator em filme de comédia e musical, e Randolph, de atriz coadjuvante.
Alexander Payne teve a ideia inspirado no filme francês “Merlusse” (1935), de Marcel Pagnol. Apesar de ser um ótimo roteirista (já ganhou dois Oscars na categoria), Payne resolveu deixar o script a cargo de David Hemingson, que faz sua estreia no cinema, depois de inúmeros trabalhos para a TV.
Embora o roteiro de “The holdovers” (no original) não seja de Payne, segundo o próprio, ele deu seus pitacos inserindo uma de suas mais famosas assinaturas, que consiste em criar personagens em desconforto com seu ambiente e que, por meio de outros, irão sofrer uma transformação. Os filmes de Payne não são sobre famílias disfuncionais, mas sobre pessoas em situações conturbadas encontrando outras com os mesmos problemas. Em “Os rejeitados”, ele regressa de maneira que se pode chamar de brilhante ao tema, ilustrando o que deveria ser o verdadeiro espírito do Natal.