O Uruguai se tornou o primeiro país latino-americano a começar a baixar a taxa de referência de juros na batalha contra a inflação. O banco central do país cortou hoje a taxa em 0,25 ponto percentual. A referência do país agora está em 11,25% ao ano.
A decisão foi tomada hoje em meio a uma desaceleração da inflação. Entre agosto de 2021 e dezembro de 2022, o banco central uruguaio conduziu um ciclo de alta de juros para combater a inflação, que alcançou quase 10% no ano passado. Desde o início do ano vem caindo.
O banco central afirmou que “essa decisão é consistente com a continuidade da política monetária contracionista e o objetivo de manter os esforços” para reduzir a inflação e as expectativas da inflação para o intervalo entre 3% e 6%, a meta estabelecida pelo país. No Brasil, a meta é de 3,25%.
Os principais bancos centrais da America Latina têm mantido as taxas de juros nos níveis mais altos em anos, mesmo agora, quando a inflação começa a retroceder gradualmente em vários países da região. As autoridades monetárias temem um relaxamento prematuro dos juros possa levar a um repique de preços e provocar perda de credibilidade.
No Brasil, por exemplo, as consequências econômicas da alta taxa de juros tem provocado críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à condução da política monetária pelo Banco Central, que tem autonomia.
Liderado pelo economista Diego Labate, o banco central uruguaio também tem recebido críticas em seu país. Exportadoras dizem que os altos custos de financiamentos estão contribuindo para uma moeda sobrevalorizada.
O peso uruguaio já subiu 2,3% neste ano em relação ao dólar, após uma alta de 12% em 2022. A moeda forte, no entanto, tem contribuído para o controle da inflação.
A situação do governo do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, é contrastante com o da vizinha Argentina, cuja inflação supera 100% ao ano e provoca forte desvalorização do peso argentino.