Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

A presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, afirmou nesta quinta-feira que os juros básicos da economia, em patamar elevado de 13,75%, pressionam os financiamentos para a compra da casa própria com taxas baixas. Serrano afirmou que a Caixa será obrigada a recorrer a fontes mais caras de funding (captação de recursos) para empréstimos imobiliários no atual patamar de juros.

Serrano lembrou que a Caixa tem duas fontes de financiamento com taxas mais baixas, caderneta de poupança e o saldo do FGTS, mas elas estão apresentando saques sucessivos, reduzindo esse fluxo.

—A alta de juros causa um problema de funding (captação de recursos) para emprestar recursos com taxas mais baixas no financiamento imobiliário. A poupança teve retiradas de R$ 100 bilhões no ano passado, e o FGTS, que vem apresentando saques sucessivos e perdendo recursos por causa do trabalho informal. Haverá um problema de sustentabilidade e este é um problema que nós temos que resolver”— disse Maria Rita, durante apresentação dos números do banco relativos a 2022.

Na Caixa, R$ 33 bilhões saíram da poupança e, segundo Serrano, parte desses recursos foram para outros investimentos mais rentáveis, impactando o banco.

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 13,75% e não deu indicações que a taxa será reduzida nas próximas reuniões do Banco Central. A preocupação com a expectativa de alta da inflação permanece no radar do BC.

A Caixa é a maior financiadora da compra da casa própria no país. O saldo da carteira de crédito imobiliário do banco, em dezembro de 2022, era de R$ 637,9 bilhões, o que representa 66,2% desse segmento no país. Serrano afirmou que há muitas obras do Minha Casa Minha Vida que estão sendo retomadas.

A Caixa registrou lucro recorrente de R$ 2 bilhões no quarto trimestre de 2022, 37,8% abaixo do resultado do quarto trimestre de 2021. Em 2022, o resultado totalizou R$ 9,2 bilhões, queda de 43,4%. O balanço se refere aos últimos três meses de gestão da economista Daniella Marques no comando da instituição financeira, do governo passado.

A presidente da Caixa disse que lucros elevados, como o de 2019 e de 2021, quando a instituição lucrou R$ 21 bilhões e R$ 17 bilhões, respectivamente, não devem se repetir já que foram alcançados com a venda de ativos.

— Este cenário não teremos mais. Não é nossa pretensão vender ativos do banco ou abrir capital. O objetivo do governo é manter a Caixa como uma empresa pública — garantiu.

Segundo o vice-presidente de finanças e controladoria, Marcos Brasiliano, o aumento das provisões de crédito do banco cresceram quase 40% em 2022 em relação a 2021, pressionando a margem de lucro. O aumento do provisionamento o aumento foi causado pelo programa de microfinanças, que teve uma inadimplência inicial de 80%, e pelo consignado do Auxílio Brasil.

— Esse empréstimo é uma excrescência. Não se pode endividar famílias que usam o benefício para comer. A Caixa emprestou R$ 7,6 bilhões nesse programa — disse Maria Rita.

A presidente da Caixa disse que 2022 foi um ano “polêmico”, marcado por uma crise reputacional da instituição com as denúncias de assédio sexual e moral contra o ex-presidente da companhia, Pedro Guimarães.

— Passamos pela pior crise reputacional dos últimos anos quando o dirigente foi acusado de assédio sexual e moral. Todo o processo investigativo interno foi encerrado e os relatórios encaminhados para os órgãos competentes. Aguardamos ansiosamente pela posição da Justiça — disse ela.

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