Economia
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Por — Paris

Diante do impasse no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, a França quer fortalecer as relações bilaterais com o Brasil. Para isso conta com sua agência de fomento, a Agence Française de Développement (AFD), uma espécie de BNDES francês voltado para países em desenvolvimento. A instituição planeja liberar € 2 bilhões (R$ 11,5 bilhões) para financiar projetos no Brasil nos próximos quatro anos.

O montante é quase o volume total aprovado para toda a América Latina pela agência em 2023 (€ 2,3 bilhões) e praticamente tudo o que destinou ao Brasil desde 2007, quando começou a financiar projetos no país: € 2,6 bilhões para 26 projetos — outros 44 tiveram apoio para estudos técnicos, no valor de € 25 milhões, não reembolsáveis.

Embora seja um dos principais obstáculos ao acordo UE-Mercosul, a França busca fortalecer parcerias com o Brasil num contexto em que o presidente Emmanuel Macron tenta se aproximar de países considerados amigáveis, com menor risco de guerras e maior facilidade de fazer negócios, um movimento que no jargão da diplomacia e das cadeias de suprimentos globais recebe o nome de friendshoring.

A guerra na Ucrânia e o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas têm sido uma preocupação constante para os franceses. Além disso, o atual governo francês, que vê o avanço da extrema direita no país, quer apoiar a proteção ao meio ambiente e fomentar a transição energética.

— A América Latina é um continente de soluções. Queremos fortalecer os laços entre essa região e a Europa. São territórios de paz, biodiversidade, proteção aos oceanos. É importante sustentar essas questões que são vitais para o futuro do mundo — diz Marie-Pierre Bourzai, diretora da AFD para América Latina.

A maior parte do crédito vai para o setor público, como bancos estatais, prefeituras e governos estaduais. A AFD tem ainda um braço dedicado ao setor privado, a Proparco, e outro focado em cooperação e expertise técnica, a Expertise France. O grupo como um todo aprovou € 13,5 bilhões em crédito no mundo em 2023.

As prioridades no Brasil são energia renovável, bioeconomia, transporte público e infraestrutura de saneamento. Dos € 2 bilhões para quatro anos, metade será desembolsada no âmbito de um programa focado em bioeconomia na Amazônia e ecossistemas frágeis, como o Cerrado.

O primeiro empréstimo dentro dessa iniciativa, de € 280 milhões, vai para o Banco da Amazônia (Basa) e o BNDES. Em paralelo, a AFD abrirá uma nova linha de crédito para o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul após as enchentes. Serão entre € 100 milhões e € 150 milhões à instituição de fomento regional, em parceria com o Banco Mundial.

A AFD também amplia recursos para a área de esporte, para promover o bem-estar social e mobilizar a juventude. A África, onde ficam ex-colônias francesas, recebe 90% desse tipo de financiamento. Mas a agência começa a colocar os pés no Brasil nessa seara também, no ano das Olimpíadas de Paris. O primeiro projeto a ter recursos da AFD será da Fundação Gol de Letra, do ex-jogador de futebol Raí. Serão € 70 mil (R$ 401 mil), previstos para este ano.

Danielle Nogueira viajou a convite do governo da França

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