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Por Carol Knoploch — Rio de Janeiro

Pelé, o Rei do futebol, que faleceu em São Paulo, enfrentava um câncer no intestino desde 2021, quando passou por cirurgia e teve metástases no intestino, pulmão e no fígado. Ele já não respondia mais ao tratamento quimioterápico que fazia desde setembro do ano passado. Desde o dia 29 de novembro, ele estava internado no Hospital Albert Einstein com cuidados paliativos e quimioterapia suspensa. No boletim médico divulgado pelo hospital no dia 2 de dezembro, Pelé havia contraído uma infecção respiratória e tomava antibióticos. Durante toda a última internação, o hospital não divulgou nenhuma informação sobre o tratamento para o câncer. Apenas no dia 21 de dezembro, informou sobre "a progressão da doença oncológica" e "maiores cuidados relacionados às disfunções renal e cardíaca".

Em 29 de novembro, Pelé chegou ao hospital com um quadro de anasarca (inchaço generalizado), uma síndrome edemigêmica (edema generalizado) e uma insuficiência cardíaca descompensada. Estava também com confusão mental. O hospital não confirmou este diagnóstico. Nos boletins divulgados desde então, dizia que Pelé não estava em unidade de terapia intensiva nem semi-intensiva.

No dia 2 de dezembro, o hospital, por meio de boletim médico, revelou que ele estava em tratamento com antibióticos para uma infecção respiratória. Torcedores do Santos, clube que Pelé jogou praticamente a vida esportiva inteira, fizeram vigília na porta do hospital quando souberam da internação do Rei.

Histórico

Em setembro de 2021, Pelé foi internado no mesmo hospital para a retirada de um tumor no cólon. O craque lutava contra um câncer de intestino desde 31 de agosto de 2021, quando teve diagnosticado um tumor no cólon (intestino grosso) durante exames de rotina, que deveriam ter sido feitos em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia da Covid-19.

Quatro dias depois, passou por cirurgia no Albert Einstein para retirar o tumor e, durante a internação, foi levado algumas vezes para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a última delas em 16 de setembro. Segundo o boletim divulgado na época, ele teve uma instabilidade respiratória.

Na ocasião, Pelé postou um aviso nas redes sociais: "Meus amigos, muito obrigado pelas mensagens de carinho. Eu agradeço a Deus por estar me sentindo muito bem e por permitir que o Dr. Fábio e o Dr. Miguel cuidem da minha saúde. No último sábado fui submetido a uma cirurgia de retirada de lesão suspeita no cólon direito. O tumor foi identificado na realização dos exames que mencionei na última semana. Felizmente, estou acostumado a comemorar grandes vitórias ao lado de vocês. Vou encarar mais essa partida com um sorriso no rosto, muito otimismo e alegria por viver cercado de amor dos meus familiares e amigos."

Após as sessões de quimioterapia, ele comemorou a volta para casa com a seguinte postagem no dia 23 de dezembro, quando teve alta: "Como eu havia lhes prometido, vou passar o Natal com a minha família. Estou voltando para casa."

Pelé sofria de problemas físicos desde 2012. Além do câncer, o ex-jogador tinha sequelas de três cirurgias realizadas nos últimos anos. Uma para colocação de prótese no quadril e outras duas para corrigi-la. Ele também tinha dificuldade de locomoção por causa de dores no joelho. Em 2017, chamou a atenção a imagem de Pelé, aos 77 anos, convidado pela Fifa para o sorteio da Copa do Mundo da Rússia, em evento no Kremlin, em Moscou, se locomovendo em cadeira de rodas. O ex-jogador entrou no palco do sorteio empurrado por ajudantes.

Há 10 anos, quando tinha 72, Pelé deu entrada no Hospital Albert Einstein para uma cirurgia de astroplastia do quadril direito, procedimento que substitui a articulação por uma prótese. Em 2016, Pelé disse que médicos que o examinaram disseram que houve um erro na cirurgia à qual foi ele submetido em 2012, para a implantação de uma prótese no quadril. Os médicos, à época, negaram que tenha acontecido algum erro no procedimento.

Neste mesmo ano, em 2016, Pelé ficou fora da abertura dos Jogos Olímpicos do Rio. Convidado por Carlos Arthur Nuzman, então presidente do COB e do Comitê Organizador, o ex-jogador não foi liberado por seus médicos por causa de suas limitações para se mover.

O histórico do ex-jogador no Einstein mostra ainda que, em 2014, ele voltou a ser internado, desta vez para uma bateria de exames que confirmaram a presença de cálculos renais. Pelé tinha apenas um rim. O órgão direito havia sido retirado nos anos 1970, durante passagem pelos Cosmos, dos Estados Unidos, após o ex-jogador sofrer uma pancada durante uma partida.

Em 2014, ele foi submetido a um procedimento cirúrgico para retirada dos cálculos. Após cerca de 20 dias, Pelé teve complicações, como uma infecção urinária e voltou ao hospital. Ele chegou a ficar internado na unidade de terapia intensiva (UTI) em tratamento temporário com suporte renal.

Já em 2015, ele foi submetido a outra cirurgia, para tratar um inchaço na próstata. No mesmo ano, Pelé operou a lombar, para descompressão dos nervos.

Os problemas renais voltaram a aparecer em 2019. O Rei foi transferido para do Einstein, vindo do Hospital Americano de Paris, na França, após ser hospitalizado com um quadro de infecção urinária causado por um cálculo. A doença foi tratada.

A família tentou tranquilizar os fãs durante esta última internação, quando era realizada a Copa do Mundo no Catar. Via redes sociais, Kely Nascimento afirmou que o pai estava "regulando medicamento" e disse que não havia "surpresa nem emergência".

Durante o Mundial, foram feitas várias homenagens ao Rei com tom de "melhoras" ao ex-jogador.

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