Eleições EUA
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Tanto o presidente Joe Biden, democrata, como seu rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, emergiram como vencedores de suas respectivas primárias presidenciais no estado americano do Michigan nesta terça-feira, em resultados esperados, mas com desafios enfrentados por ambos. De um lado, Biden garantiu a vitória em meio a votos de protesto do eleitorado árabe-americano por sua abordagem na guerra em Gaza e seu apoio ao governo de Israel. Trump, por sua vez, mesmo sendo o grande favorito do partido, ainda enfrenta certa resistência de uma parcela persistente do eleitorado republicano em favor de sua única rival restante, Nikki Haley.

A corrida em Michigan — crucial para as eleições de novembro — foi a última grande batalha antes da Super Terça, que ocorre em 5 de março, quando mais de uma dúzia de estados terão eleições com centenas de delegados em jogo.

A contagem dos votos teve início às 22h (no horário de Brasília), pouco após a votação ser encerrada. Biden foi declarado vitorioso pela Associated Press (AP) por volta das 23h, com 12% das urnas apuradas, quando tinha 78,5% dos votos. Seu único adversário, o deputado Dean Phillips, de Minnesota, tinha em torno de 2,7%. São 117 delegados em disputa.

Já os votos "sem compromisso" (isto é, quando se vota no partido, e não em um candidato em específico), resultantes de uma campanha contra o posicionamento de Biden a respeito da guerra em Gaza, ultrapassavam os 16%.

Entre os republicanos, Trump se consolidou vitorioso quando tinha cerca de 65% dos votos. Haley, por sua vez, tinha pouco menos de 30% quando a AP declarou sua derrota. O resultado desta terça-feira determinará a distribuição de 16 dos 55 delegados de Michigan, com o restante a ser distribuído somente no sábado em uma convenção estadual do partido. Até então, Trump tinha 110 delegados contra 20 de Haley. Ao todo, são necessários 1.215 delegados para conquistar a nomeação republicana.

Pouco após o anúncio da vitória de seu adversário, Haley disse que os resultados no estado mostram as fraquezas de Trump e Biden, acrescentando que isso "sirva como mais um sinal de alerta do que continuará a acontecer em todo o país". Ela também afirmou que seguirá na campanha "para evitar o suicídio" do país e o "barco furado" trumpista.

Até o momento, tanto Biden quanto Trump foram vitoriosos em suas respectivas campanhas primárias. O democrata conquistou a maioria na Carolina do Sul, Nevada e New Hampshire, e o republicano dominou todas as primeiras disputas estaduais, consolidando cada vez mais o cenário para a repetição do embate entre ambos em novembro.

Segundo a sondagem mais recente do The Hill, com o Emerson College Polling, especializado em cobertura política, quem lidera a corrida é Trump, por dois pontos percentuais (46% a 44%).

Biden sob pressão

O presidente, de 81 anos, não enfrenta forte competição em seu partido para ser indicado como candidato a um segundo mandato na Casa Branca, sendo Phillips seu único concorrente restante. A votação em Michigan, no entanto, trouxe à tona um problema para a campanha de reeleição: o apoio que Biden tem entre os árabes-americanos está em queda devido ao posicionamento favorável dos EUA em relação a Israel na guerra em Gaza, com quase 30 mil civis mortos por ações dos militares israelenses no enclave.

E tal descontentamento acende um alerta para o democrata, uma vez que sua apertada vitória no estado em 2020, contra Trump, foi definida por essa parcela de eleitores, com pouco menos de três pontos percentuais de diferença.

Campanha para voto 'sem compromisso' entre democratas em Michigan — Foto: New York Times
Campanha para voto 'sem compromisso' entre democratas em Michigan — Foto: New York Times

Os votos de protesto no estado foram movidos pela campanha "Listen to Michigan" ("Ouça Michigan", em tradução do inglês), liderada por democratas, que trabalhou para enviar uma mensagem contra o apoio de Washington a Israel no conflito, incentivando os eleitores a escolherem a opção "sem compromisso" na cédula.

O grupo havia estabelecido inicialmente uma meta modesta de 10 mil votos do tipo para o pleito, mas o número cresceu conforme a campanha foi tomando força. Apenas como contexto, houve cerca de 20 mil votos "sem compromisso" em cada uma das duas últimas primárias presidenciais democratas em Michigan.

Os líderes do movimento insistem que a intenção não é prejudicar Biden nas eleições gerais, mas convencê-lo de que a sua posição em relação a Israel poderá prejudicá-lo politicamente, sobretudo em um estado-chave como Michigan, que tem a maior concentração de árabes-americanos do país.

— Existe o risco de Biden perder Michigan em novembro — disse Layla Elabed, uma das organizadoras da campanha, na véspera. — Esperamos que os números após as primárias sejam significativos o suficiente para que Biden se preocupe em ouvir Michigan.

Em uma resposta ao movimento, aliados de Biden trabalharam para deter a campanha contra o presidente nos últimos dias. Um grupo pró-Israel introduziu uma série de anúncios digitais para apoiá-lo e alertar que o voto "sem compromisso" ajudaria Trump. Além disso, o próprio Biden declarou na segunda-feira que esperava ter um acordo de cessar-fogo em vigor dentro de uma semana, o que ainda não saiu do papel.

Trump é 'barco furado'

Apesar de seus inúmeros problemas com a Justiça, o ex-presidente, aos 77 anos, é o grande favorito na corrida pela indicação republicana. Sua única rival, Haley, que foi sua embaixadora na ONU durante seu mandato, perdeu todas as quatro disputas anteriores, incluindo a Carolina do Sul — seu estado natal e onde também foi governadora — no último fim de semana. Porém, Haley tem se negado a desistir da disputa porque afirma não acreditar que Trump conseguirá derrotar Biden.

— Estamos em um barco furado. Você pode ignorar o buraco e afundar com o barco, ou pode reconhecer que temos que encontrar um bote salva-vidas — disse ela à CNN americana nesta terça-feira.

Embora o caminho para uma vitória seja cada vez mais estreito (e agora sem tantos doadores para financiar a campanha), a decisão de Haley de não desistir gera dúvidas sobre seu destino em um partido controlado por Trump e se prorrogar a disputa pela indicação seria uma sinalização para uma candidatura presidencial em 2028. (Com agências internacionais.)

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