Política
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Por — Rio de Janeiro

Desde 2009 à frente das redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) começa diariamente às 7h sua rotina para alimentar os perfis do pai. Primeiro assiste ao vídeo matinal de um canal bolsonarista que no passado já chegou a ser desmonetizado no YouTube pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propagar desinformação sobre eleições, e busca postagens de deputados federais como Nikolas Ferreira (PL-MG). As primeiras plataformas que atualiza são, na ordem, Twitter, Instagram e Facebook. Em seguida, Carlos procura notícias tidas como secundárias para movimentar stories — os recursos de publicações temporárias — a cada três horas. Parte do conteúdo é replicado em outras plataformas.

O roteiro é narrado pelo próprio estrategista digital de Bolsonaro em um curso destinado a pré-candidatos das eleições deste ano, lançado por ele e pelo irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). As aulas, vendidas como uma espécie de “receita de bolo’ para postulantes conservadores, também têm sido usadas por Carlos para refutar as acusações de que integrou um “gabinete do ódio”, estrutura que, segundo a Polícia Federal, teria funcionado no Planalto, no governo anterior, para disseminar desinformação e atacar opositores.

Carlos argumenta que compartilha conteúdos de influenciadores que acompanha, o que, segundo ele, gera uma “capilaridade” e “espontaneidade”. Ele atribui a este método, a pecha de “ilegalidade” que recebeu:

— Essa espontaneidade de união de linhas de pensamento gera capilaridade e outras pessoas acusam você de fazer parte de um grupo que pensa sobre como vamos postar agora. Infelizmente, sou entendido de uma forma ilegal. Uma rede, um “gabinete” como dizem, mas isso não existe.

Segredos de sucesso

Desde o início do curso, ofertado por R$ 297,90, a turma de apoiadores já assistiu a um total de 22 aulas, com 12 minutos em média. Os conteúdos foram divididos em eixos temáticos. Um deles é intitulado “os segredos de uma campanha digital de sucesso” e tem aulas ministradas por Carlos.

Além de contar sua experiência, o vereador dá uma série de dicas. Para as redes voltadas para vídeos, a exemplo do Tiktok e Kwai, recomenda uma postagem por dia, embora reconheça falhas na forma como lida com elas — o algoritmo, sustenta, privilegia vídeos espontâneos, o que diz não conseguir produzir em meio à rotina diária. Outro erro que assume já ter cometido é o de postar mais do que deveria por “ansiedade” e acabar sendo “chato para os seguidores”.

O dia virtual do vereador se encerra entre 19h e 20h, quando usa o Telegram, como uma espécie de “telejornal da noite”. O termo cunhado por ele significa a ação de postar um resumo do dia com informações mais detalhadas.

— É uma rede para pessoas mais estudiosas e por isso não tem uma capilaridade tão grande — explica.

Pregações contra o PL das Redes Sociais, que visa a regulamentar as plataformas, e ataques à imprensa também aparecem nas aulas. Carlos afirma que seus alunos precisam assistir e ler conteúdos de produtores que “não falam a verdade” para ter “munição”. Em um vídeo, intitulado “como verificar fatos”, o vereador diz que antes de compartilhar uma informação vai ao Google procurar a procedência e incentiva a “checagem” em canais bolsonaristas.

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