Carnaval
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Por — Rio de Janeiro

“Trevas! Luz! A explosão do universo” (Viradouro, 1997) ou “A luz, oi, divina luz que me ilumina é uma estrela” (Mocidade, 1990). Antigos sambas-enredo mostram que a luz sempre esteve presente no carnaval. Mas, depois de décadas de discussão, nos dois últimos anos a iluminação cênica da Sapucaí foi, de fato, implantada. E, em 2024, usada por quase todas as escolas do Grupo Especial e da Série Ouro. Resta saber como os novos efeitos impactaram na avaliação dos jurados. Mas, antes mesmo da divulgação das justificativas das notas, alguns décimos perdidos na apuração de ontem já dão pistas do que pode ter ocorrido.

Na Vila Isabel, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo, foi obrigado a se apresentar na penumbra em parte do desfile, enquanto a roupa dos dois se acendia com LEDs e laser. Não se pode afirmar que as notas baixas tenham vindo daí. Mas é fato que o quesito custou meio ponto à escola, que subiria para a mesma pontuação da vice-campeã Imperatriz Leopoldinense se tivesse tido três notas 10.

O uso das luzes durante os desfiles, admitem até alguns carnavalescos, provou que ainda precisa de muitos ajustes. A maior parte das escolas, quando usou o recurso, limitou-se a um eventual piscar das luzes, normalmente acompanhando determinadas partes do samba-enredo. Tanto que, no primeiro dia de desfiles na Sapucaí este ano, na última sexta-feira, na Série Ouro, parte do público acreditou até estar diante de um problema na iluminação da Sapucaí.

Mas também houve bom uso do recurso. As duas escolas com maior impacto visual do desfile, a campeã Viradouro e a terceira colocada, a Grande Rio, souberam unir à luz às alegorias: a primeira em seu setor de abertura, todo em cores fosforescentes, com o uso de olhos de gato (aqueles equipamentos de trânsito que refletem a luz) gerando um efeito diferente. A Grande Rio, com sua coleção de onças, brindou o público com conjunto alegórico original, diferente do que já se havia visto no carnaval, muito graças ao bom uso das luzes.

foi implantada na Sapucaí, comandada por Césio Lima, um dos principais iluminadores do show business brasileiro, responsável pela iluminação do Rock in Rio, entre outros eventos. De uma pequena cabine localizada no canto de um camarote, Césio e sua equipe, através de uma parede de computadores e telões, comandam as luzes de toda a passarela, produzindo fachos de todas as cores e intensidades, além de luzes estroboscópicas e outros efeitos.

— Posso mandar apagar o estúdio de vidro também, quer? — perguntou ele à equipe do GLOBO quando foi produzida a foto para a capa da edição do domingo de carnaval, com as rainhas Mayara Lima, do Paraíso do Tuiuti, e Lorena Raissa, da Beija-Flor.

Com um rápido telefonema, o cubo iluminado no fim da passarela fica às escuras, e a produção prossegue.

Em 2024, as doze escolas do Grupo Especial contrataram iluminadores, que se reuniram com a equipe de Césio e programaram o show de luzes de suas respectivas escolas.

— São profissionais de teatro e de outros espetáculos, gente muito criativa — elogiou ele.

Vila perde meio ponto

Os sambistas mais tradicionais ainda reclamam — e com razão, em casos como o da Vila —, mas a iluminação veio para ficar. O melhor é aprender a usá-la.

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