Rio
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Por — Brasília

No acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ronnie Lessa relatou como se deu o planejamento para a execução da vereadora Marielle Franco. Em um dos depoimentos, ele narra ter recebido uma ligação do também ex-policial militar Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, avisando sobre a agenda da qual a parlamentar participaria na Casa das Pretas, no Centro do Rio. Ela foi morta ao sair do evento, naquela noite.

Caso Marielle: em delação, Ronnie Lessa relembra ligações no dia do homicídio e diz que estava ‘ansioso’

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Em um dos anexos, ao qual O GLOBO teve acesso com exclusividade, Lessa afirma que o diálogo com Macalé se manteve por meio de um celular utilizado exclusivamente para tratar do crime que seria praticado contra Marielle.


“Eu já estava aguardando aquele contato há um tempo. A gente já estava ansioso por isso, porque estava demorando muito. Quando o Edmilson Macalé ligou, parece que aquele dia chegou, porque há algum tempo ele não ligava. Quando ele ligou, ele falou assim: Tá preparado? É hoje. Eu imaginei e ele confirmou. Ele disse que ela tinha uma reunião marcada no Centro da cidade à noite e vamos tentar proceder aí. Ele disse que não estaria presente e me mandou acionar a pessoa que estaria na reserva para isso, que seria o Elcio (de Queiroz)”, conta.

No depoimento, Lessa diz ter então ligado na sequência para Queiroz. Ambos foram presos pela Polícia Civil do Rio, em março de 2019. As investigações apontam que o primeiro efetuou os disparos que mataram a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, e o segundo dirigia o Cobalt utilizado no crime e na fuga da dupla:

“Expliquei para ele e disse que o dia tinha chegado. Ele também estava na expectativa desde o Ano Novo de 2017 para 2018, quando nós tratamos sobre isso, e chegou a hora, chegou o dia”.

Lessa conta ainda que, dias após os homicídios, Macalé o relatou ter recebido a informação sobre a agenda de Marielle do major Ronald Paulo de Alves Pereira. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o major era o responsável por monitorar a rotina da parlamentar, inclusive pelas publicações feitas por sua equipe nas redes sociais.

Segundo as investigações da PF, a demora dos criminosos em colocar em prática o plano para matar Marielle se deu por supostas exigências feitas pelo então chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa aos suspeitos de serem os mandantes do crime - o deputado Chiquinho Brazão e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão.

"Em relação a Rivaldo Barbosa, Ronnie Lessa declarou que aceitou a empreitada homicida, pois os irmãos Brazão expressamente afirmaram que o então chefe da Divisão de Homicídios da PCERJ teria contribuído para preparação do crime, colaborando ativamente na construção do plano de execução e assegurando que não haveria atuação repressiva por parte da Polícia Civil", escrevem os investigadores no relatório final.

No documento, é relatado que Lessa pontou que Barbosa exigiu que Marielle não fosse executada “em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente”.


Presos preventivamente desde 24 de março, Rivaldo Barbosa e os irmãos Brazão negam participação no crime.

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