A família da influenciadora Maíra Cardi está mais uma vez envolvida em uma polêmica nas redes sociais. Agora, por causa de um comentário feito por sua filha, a pequena Sophia, de apenas 5 anos. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta semana, a menina aparece debochando do aparelho de telefone usado por um dos funcionários da casa. "Esse celular é de pobre, o meu é mais bonito", disse.
O vídeo foi gravado e publicado pelo cozinheiro Cleitom Martins, que trabalha para o ator Arthur Aguiar, pai de Sophia. Nas imagens, a menina e o cozinheiro aparecem conversando. Ao reparar no celular que Cleitom estava usando para filmar, Sophia critica o aparelho. "Me dá um de presente, então", brinca o cozinheiro. "Eu não, pede para a sua mãe", retrucou a menina.
A cena gerou revolta nas redes sociais e comentários criticando a postura da menina. Na última segunda-feira (1), Arthur Aguiar se pronunciou e pediu desculpas a todos que se sentiram ofendidos pela fala da filha. "É até chover no molhado falar que não concordo com esse tipo de atitude. Não estava presente na hora do vídeo. Se tivesse visto, teria falado na hora. Imediatamente, quando fiquei sabendo do vídeo, que foi muito tempo depois, sentei para conversar com ela, expliquei tudo para ela", garantiu ele.
Como agir quando as crianças fazem comentários preconceituosos
Falas como a de Sophia também podem acontecer em outras famílias. Mas como devemos agir diante de uma situação como essa? O que devemos falar? O melhor caminho é dar bronca e repreender a fala da criança imediatamente? Ou é preferível esperar a poeira baixar e conversar num outro momento, como Arthur fez?
Convenhamos: ninguém gosta que as crianças façam comentários desagradáveis – nem pessoa alvo do comentário e nem nós, os pais. Mas, antes de agir no impulso e repreender o pequeno pela fala, precisamos respirar fundo e tentar entender o porquê de a colocação ter surgido.
"Só depois dos 6 ou 7 anos as crianças vão começar a ter mais discernimento de que alguns tipos de falas não são tão adequadas assim. Antes disso, é preciso ter jogo de cintura mesmo. O segredo é agir com naturalidade e não criar caso. Respeite a espontaneidade da criança e, com muita calma e gentileza, explique a dúvida que ela apresentou", diz a psicóloga infantojuvenil Sabrina Pinho (SC).
Segundo Sabrina, na grande maioria dos casos, as crianças não têm a intenção ser maldosas. "Ao invés de brigar e repreender, devemos encarar esse tipo de situação como uma oportunidade de ensinar sobre respeito e diversidade", afirma.
Não existe fórmula pronta: cada caso é um caso. O que vale é você avaliar o contexto e ponderar qual é a melhor forma de conduzir a situação. "Tudo depende da reação da pessoa que recebeu o comentário. Algumas vão lidar com naturalidade, outras podem ficar chateadas. Primeiro, explique que a fala não foi feita na maldade. Não precisa obrigar a criança a pedir desculpas, quem deve se desculpar são os pais", explica a psicóloga Sabrina.
No calor do momento, não é hora de dar bronca e nem gastar tempo tendo longas conversas explicando que a fala do pequeno foi inadequada. Pontue apenas o que for necessário. No caso de Sophia, poderiam ser úteis colocações como "Vi que você percebeu que ele tem um celular diferente do nosso. Todos nós somos diferentes, mas não é legal e gentil comentar sobre as coisas das outras pessoas".
Depois, em casa, escolha um momento tranquilo para falar sobre o ocorrido. "Tire um tempo para olhar nos olhos do seu filho e ter essa conversa. Nada de fazer isso enquanto lava a louça, serve o jantar... Reforce a mensagem de que todos nós somos diferentes e explique como seria legal que a criança agisse numa próxima situação parecida", afirma a especialista.
E vale sempre o lembrete: de nada adianta exigirmos que os pequenos respeitem as diferenças em público, se não existe respeito nem mesmo dentro de casa. Seja na escola, na rua, num churrasco entre amigos... A criança precisa ter o exemplo do que é se portar de forma respeitosa com outras pessoas.