Boa Viagem
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Por , Em The New York Times — Nova York

Frequentemente ouvimos falar de mau comportamento de turistas, alguns flagrantes e outros inocentes, que provocam indignação pública. Só neste ano, um homem foi gravado escrevendo o nome dele e de sua namorada em uma parede do Coliseu, em Roma; crianças na Inglaterra desfiguraram uma estátua de mais de 200 anos com giz de cera azul brilhante; e em Paris, a inauguração da Torre Eiffel foi adiada depois que autoridades de segurança encontraram dois turistas americanos dormindo no monumento durante a noite. Em um esforço para ajudar os futuros viajantes a aprenderem com os erros dos outros, o The New York Times pediu aos leitores que compartilhassem exemplos de casos em que cometeram uma falta ou agiram contra a boa etiqueta turística durante viagens. Ao todo, recebemos mais de 200 relatos.

Convidados não convidados

Talvez você tenha notado, ao cruzar fronteiras internacionais, como as autoridades podem ser rigorosas sobre levar e trazer produtos agrícolas.

Jennifer Fergesen, uma escritora de 29 anos de Nova Jersey, estava em uma viagem de um mês a vários países depois de terminar seu mestrado. No caminho de volta das Filipinas, ela fez uma escala de alguns dias na Áustria. Ela decidiu trazer algumas frutas de Manila – um saco cheio de mangas e mangostões – para tomar no café da manhã assim que chegasse ao albergue em Viena.

Depois de uma rápida pesquisa no Google e em um site oficial de viagens da União Europeia, Jennifer concluiu que seria bom levar algumas frutas para consumo pessoal. Mas ela não esperava companhia no café da manhã.

– Ao abrir o último mangostão, notei algo branco sob as folhas superiores. Quando toquei nele, incontáveis ​​filhotes de aranha correram em todas as direções pela sala de café da manhã. Esmaguei a mãe aranha, mas não consegui encontrar um único filhote – disse, antes de completar que seguiu acompanhando as informações agrícolas da Áustria durante um ano, “procurando notícias sobre uma nova aranha invasora”.

Uma gota no escuro

Os humanos, ao contrário dos bebês aranhas fugitivos, podem contratar guias turísticos para ajudá-los a encontrar o caminho. E, se acontecer de você estar explorando cemitérios subterrâneos escuros, pode valer à pena. No início da década de 1980, Michael Koegel, de 64 anos, que então estudava na Inglaterra, foi para Roma com alguns amigos. Perto da Via Ápia, uma antiga estrada romana, descobriram uma entrada para algumas catacumbas e decidiram explorar.

Enquanto os amigos marchavam em fila única no escuro, iluminados pelo brilho fraco dos isqueiros e por uma vela que encontraram. Tudo estava indo bem até que um amigo, que estava bem na frente de Koegel e segurando a vela, desapareceu de repente.

– Ouvi o barulho do cascalho e um baque doentio – lembrou Koegel. – Com medo de me mover, enfiei meu isqueiro na escuridão, mas não vi nada. Chamei seu nome várias vezes, mas não obtive resposta.

Finalmente, depois de vários minutos tensos, eles ouviram um abafado: “Estou bem”. O amigo caiu cerca de 2,5 metros, disse Koegel. Felizmente, seus ferimentos foram leves.

– Ser ingênuo não é desculpa para mau comportamento. Fui solto na Europa por quase um ano, muito jovem, e me senti invencível e acima da lei – disse Koegel.

Às vezes as estrelas se alinham

Em raras ocasiões, nossas desventuras embaraçosas levam a mudanças, e não apenas a lições de vida. Há alguns anos, Lindsay Gantz, uma enfermeira de 28 anos de Buffalo, Nova York, se deu bem com seu guia turístico enquanto fazia tirolesa em Monteverde, Costa Rica. Depois de passarem o dia juntos, os dois foram jantar. Depois, eles foram em sua motocicleta até o que pensaram ser um campo isolado para observar as estrelas. Na paixão do momento, o esplendor do cosmos deu lugar a prazeres mais terrenos.

– Não percebemos que o local não era tão isolado assim até que as luzes da polícia brilharam sobre nós em uma posição um tanto comprometedora. Aparentemente, havia vizinhos próximos que nos ouviram – lembrou Lindsay.

A polícia foi compreensiva, disse ela. Eles pegaram as informações dos jovens amantes e pediram que eles deixassem o imóvel. Agora, Lindsay pontuou, ela é “extremamente respeitosa e atenta” às leis da Costa Rica e de outros lugares.

Ah, e aquele charmoso guia turístico de tirolesa? Ele agora é o marido dela.

Fazendo as pazes

Embora muitos erros de viagem sejam inofensivos e cometidos sem má intenção, alguns podem ser mais graves – até mesmo criminosos. Recebemos algumas anedotas descrevendo casos em que alguém pegou algo de um sítio arqueológico ou histórico ou herdou tal artefato de um membro da família. E isso levantou uma questão: como posso devolver algo que foi levado? Terei problemas?Depende das circunstâncias em que foi levado, do valor do objeto e do motivo pelo qual foi levado, diz Patty Gerstenblith, professora de direito da Universidade DePaul, em Chicago, e diretora do Centro de Direito de Arte, Museus e Patrimônio Cultural.

Se você estiver nos Estados Unidos e quiser devolver um item, um bom primeiro passo é entrar em contato com os órgãos de aplicação da lei dos EUA que lidam especificamente com arte, patrimônio cultural e antiguidades, disse Patty. Por exemplo, o FBI tem uma equipe que investiga crimes relacionados com a arte, e o Departamento de Segurança Interna tem um Programa de Bens Culturais, Arte e Antiguidades especializado na investigação de crimes relacionados com bens culturais saqueados ou roubados. A aplicação da lei dos EUA poderia ajudar a facilitar o transporte e a devolução de quaisquer objetos, bem como a comunicar com governos estrangeiros.

Pode ser tentador devolver pelo correio um objeto adquirido indevidamente, sem endereço de remetente, ou deixá-lo fora de uma embaixada ou consulado, mas nenhuma das estratégias garantirá o anonimato, disse a especialista. Contratar um advogado pode ajudar a amenizar quaisquer consequências legais.

– As pessoas podem ser multadas, ou até presas. E isso tem muito tem a ver com o fato de seu objetivo ser comercial. Se pegarem algo com o objetivo de vender, serão tratados com mais severidade do que alguém que coloca no bolso e leva para casa – afirma a professora. – Todo mundo pensa que é uma exceção. Se 1 mil pessoas vierem e cada uma pegar uma pedra no local ou em um parque nacional, logo não sobrará nada.

Mas, mesmo quando cometemos erros durante a viagem, o lado bom é que, esperançosamente, aprendemos algo valioso com a experiência, ou melhor ainda, ela nos dá uma perspectiva nova e profunda – que é, afinal, uma das razões pelas quais viajamos.

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