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Por — Rio de Janeiro

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido de demolição total da mansão construída por Clodovil Hernandes em Ubatuba, no Litoral Norte do estado. Construído em área de preservação ambiental, o imóvel em ruínas, que chegou a ser avaliado em R$ 1,6 milhão, também não encontrou comprador, após ser leiloado mais de uma vez. O pedido, emitido pelo Ministério Público (MPSP), foi negado na última segunda-feira.

Em 2021, uma tentativa de leilão foi feita, após a Justiça anular o último, de 2018, quando a casa foi arrematada por R$ 750 mil. A compradora pediu a anulação, pois o edital não dizia que, por estar localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, o imóvel não poderia sofrer uma série de alterações necessárias, após tantos anos em desuso. A casa, no entanto, foi construída antes da criação do parque.

Devido à sua localização, parte da construção já havia sido demolida por ordem da Justiça. No entanto, em 2021, o Ministério Público de São Paulo fez um novo pedido e solicitou a demolição total do imóvel. O órgão alegou que, na época da definição da área que deveria ser derrubada, teria ocorrido um erro. O MP ainda afirmou que novas provas teriam comprovado a necessidade de demolição total do imóvel.

No processo, a representante do espólio de Clodovil, Maria Hebe, defendeu que já haviam sido feitas as demolições das áreas indicadas em decisão judicial. Nesta segunda-feira, o caso foi julgado pelo Grupo Especial de Câmaras de Direito Ambiental do Tribunal de Justiça de São Paulo, que negou o pedido do Ministério Público.

Mansão icônica

Com vista para o mar, a casa tinha 20 cômodos em sua planta original, ocupando uma área de 3 mil m². Situada entre as praias do Meio e do Leo, a mansão mantém a aura de curiosidade sobre ela. Há cerca de dois anos, o canal "Lolo Bolado", que faz expedições em mansões abandonadas no Brasil, conseguiu fazer imagens o local.

O que se vê é uma completa destruição. A área externa, com piscina e jardins, foi tomada pelo mato. Grande parte do telhado já não existe, as paredes têm rachaduras profundas, e para evitar a entrada de curiosos, um ganso "faz a segurança".

Após a morte do estilista, a casa foi gradativamente abandonada pelo espólio do apresentador. Parte do que havia na Mansão do Clô foi retirada para quitar dívidas deixadas por ele. Há seis anos, 500 metros da casa foram demolidos por ordem judicial devido às ações do Ministério Público contra Clodovil. O quarto do estilista, o canil e parte da cozinha, construídos indevidamente em área de preservação, foram destruídos.

Ainda é possível ver, no entanto, a capelinha feita em homenagem à mãe dele, com o altar e o chão pintado por uma amiga de Clodovil. A área mais famosa, onde havia um vaso sanitário colocado ao ar livre, ao lado de uma Jacuzzi, já não é a mesma, apesar de haver um vaso no local.

"O vaso sanitário foi vendido por R$ 30 reais na época, teve quem quisesse. Ao lado da Jacuzzi era a biblioteca. O vaso que vocês sentaram era parte do seu primeiro quarto, que era ao lado e também foi demolido, depois ele fez seu quarto no alto, que tinha uma passagem secreta. Toda a parte do início (do vídeo feito pelo canal) era de caseiros. O cômodo vermelho era a famosa Sala Vermelha ao lado da piscina. Onde está o coitado do ganso era parte de hóspedes", conta um vizinho de Clodovil nos comentários da filmagem.

Clodovil não ia à praia, então fez uma sala de areia para reproduzir o clima. E ali dava altos jantares. Hoje, esse cômodo está tomado de de mato, infiltrações e fendas nas colunas. O quarto da mãe dele, com vista para o mar, tinha uma cama com estrutura para dossel toda trabalhada em madeira maciça. A estrutura ainda está na casa, em que também abrigou mais de 3 mil espécies de plantas e flores.

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