Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Soando meio acústico, meio lo-fi, como num elo perdido entre João Gilberto e Frank Ocean, o alagoano Bruno Berle, 30 anos, está com seu novo disco, “No reino dos afetos 2”, embaixo do braço, pronto para rodar o mundo. Em maio, vai fazer shows em Munique, Hamburgo, Colonia, Rotterdam, Utrecht, Cracóvia, Barcelona e Lisboa.

Bruno vem experimentando certo burburinho em torno do seu trabalho lá fora desde que seu primeiro disco, “No reino dos afetos”, de 2022, foi abraçado pelo badalado selo britânico Far Out Recordings — especializado em música brasileira, é o mesmo de Marcos Valle, Azymuth e Arthur Verocai, entre outros. Por telefone, ele conta ao GLOBO que “metade de seus ouvintes são de outros países”.

— Wilson Santos, o grande percussionista, era meu vizinho em Maceió. Ele tem um projeto chamado “Orquestra de Tambores de Alagoas” e tem um disco da Far Out. É um disco lindo sobre a rítmica alagoana, uma aula. Durante a pandemia, vim formando esse primeiro álbum, mostrando para as pessoas. Ele me perguntou se eu não queria que ele mandasse pra Far Out, e mandou. Três dias depois, a gravadora me ligou querendo fechar contrato. Isso foi em agosto de 2021 — lembra Bruno Berle.

O rapaz começou a tocar profissionalmente aos 7 anos. Compõe desde os 20, demandado pela banda de indie rock que teve nessa idade. Rodou a noite de Maceió tocando “de um tudo”. Cita Caetano, Gil, Djavan, Chico César e Geraldo Azevedo como “um misto” que o formou, mas também lembra de Bon Iver e The Strokes como influências “no jeito de tocar, de gravar”.

Lançado pelos selos Coala Recordings (Brasil), Psychic Hotline (EUA) e pela Far Out, mais uma vez, “No reino dos afetos 2” está nas plataformas desde o dia 5 de abril. Em termos de texturas sonoras, caminhos estéticos e artesanias de estúdio, segue a linha de seu primeiro volume. Nos temas, nem tanto. Se no álbum de estreia Bruno buscava a beleza em signos simples da natureza — “o sol, o mar, a água, o azul do céu, o amor, uma poesia mais serena”, descreve o músico —, as dez faixas do novo trabalho evocam algo mais cosmopolita. Há muito da atmosfera de São Paulo, cidade para a qual Bruno se mudou há dois anos.

— Acho o primeiro disco mais coeso que o segundo, porque é muito minha vida em Maceió. O segundo, eu acho mais urbano. A segunda música, “New hit”, por exemplo, é muito urbana, falando dessa possibilidade da noite de uma maneira geral. Fiz ela aqui em São Paulo, estava vivendo as primeiras semanas aqui, influenciou muito. A cidade me apresentou tudo, gente, festa, música, estúdio, grana, carro, muitos sonhos, arquitetura, arte, uma diversidade muito grande. Me impulsionou a fazer disco mais enérgico, potente. “Dizer adeus” também é muito influenciada por São Paulo, assim como “Acorda e vem”, que fala desse meu momento agora, no qual tenho mais condições de fazer as coisas — explica o artista.

Bruno Berle: 'Acho o primeiro disco mais coeso que o segundo, porque é muito minha vida em Maceió. O segundo, eu acho mais urbano' — Foto: Divulgação / Marina Zabenzi
Bruno Berle: 'Acho o primeiro disco mais coeso que o segundo, porque é muito minha vida em Maceió. O segundo, eu acho mais urbano' — Foto: Divulgação / Marina Zabenzi

Reino de parcerias

“No reino dos afetos 2” também tem muito o dedo de Batata Boy, alcunha do beatmaker, multi-instrumentista e produtor musical Leonardo Costa Acioli. É ele quem assina, junto com Bruno, produção, mixagem e masterização do álbum, além de estar presente em quase todas as faixas, ora nos sintetizadores, ora num baixo ou numa bateria. Os dois se conheceram ainda em Maceió, quando Bruno tietou Batata na rua por conta de seu trabalho.

— Uns dois anos depois começamos a trabalhar juntos e não paramos mais. Eu e Batata escutamos música do mundo todo. Nunca fomos muito presos. Tivemos fases, teve a época de descobrir João Gilberto. Temos uma coisa com as músicas dos anos 2000, os artistas do hip hop, mas Beatles também é uma paixão em comum. Oasis, Amy Winehouse... Isso tudo nos interessa. A música que a gente faz nunca é pensada pra ser moderna ou tradicional. É muito imediato. Não existe uma pesquisa muito profunda.

É um disco de muitas participações. Biel Basile, baterista do trio O Terno, toca de conga e balafom a chocalhos e pandeirola em “Te amar eterno” e “Tirolilore”. Domenico Lancelotti e Bem Gil fazem guitarras em “Margem do Céu”, na qual o primeiro também toca bateria. Marina Nemesio, Bruno Di Lullo, Meno Del Pichia, Gabriel Milliet e Thomas Stankiewicz estão entre outros músicos que colaboraram.

No dia 26 de maio, Berle participa do show de Ana Frango Elétrico no festival Doce Maravilha. Dia 31 do mesmo mês, ele se apresenta na Audio Rebel, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

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