Fraudes inflaram o resultado da Americanas em R$ 25,3 bilhões. Isso foi feito principalmente utilizando contratos comerciais fictícios com fornecedores, por meio dos quais a companhia reduzia seus custos artificialmente e ampliava os lucros.
Ontem, a Americanas divulgou fato relevante para esclarecer os números que anunciara na véspera ao admitir, pela primeira vez, que a “inconsistência contábil" inicialmente calculada em R$ 20 bilhões é uma fraude, dando detalhes do esquema e acusando ex-diretores de envolvimento.
- Números maquiados, assinaturas falsas e conivência de auditorias: veja o que o CEO da Americanas contou na CPI da Câmara
- Veja também: detalhes das fraudes geram mal-estar entre bancos credores que negociam plano de recuperação
Com o comunicado ao mercado, foi apresentada uma série de detalhes e evidências que permitem reconstituir a engenharia complexa por trás de uma das maiores fraudes contábeis já descoberta em uma empresa listada na Bolsa e que levou uma das maiores varejistas do país à recuperação judicial com dívidas na casa dos R$ 40 bilhões.
Entenda as revelações no infográfico a seguir.
![Anatomia da fraude contábil na Americanas — Foto: Editoria de Arte](https://s2-oglobo.glbimg.com/S0sZS2TE3bTIKtTmx6Jc3QlhMzc=/0x0:648x2287/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/y/B/MeZFBeRPiL6kksiCBqgQ/americanas-fraude-online.jpg)
'Estarrecedor', diz especialista em auditoria
Em depoimento anteontem à CPI da Americanas, o atual CEO da empresa, Leonardo Coelho Pereira, citou as auditorias KPMG e PwC, responsáveis pela análise dos balanços financeiros. Na ponta, a fraude amplia lucros da empresa, contribuindo para pagamento de bônus a executivos e acionistas e resulta em maior recolhimento de impostos.
Para Eduardo Viana, sócio da autoria externa Russell Bedford Brasil, o relatório apresentado pela Americanas é “estarrecedor”.
— Não foi fato isolado da contabilidade. Passou por toda a empresa, pelas áreas estratégicas, operacionais, comerciais, pelo board, diretores, conselho. Estou chocado porque via a transformação (em exigência) de regras de maior rigidez e governança corporativa, e nada funcionou.
Lucro inflado por contratos fictícios
No caso da Americanas, o lucro foi inflado sobretudo pelo uso de contratos fictícios de verba de propaganda cooperada (VPC). Esses incentivos comerciais são prática recorrente no varejo. A varejista encomenda um volume de produtos do fabricante por um valor.
E coloca condições, como exposição privilegiada dos produtos nas lojas, e metas de comercialização. Ao cumprir essas metas, tem um desconto no valor devido ao fornecedor.
Entraram nesta conta R$ 3,6 bilhões em juros sobre operações financeiras que não foram lançados corretamente, daí alcançar R$ 25,3 bilhões. Ainda não há informação sobre por quanto tempo as fraudes foram praticadas.
— Os VPCs têm contratos e são registrados na contabilidade. E acabam contribuindo para um Ebitda maior, podendo inflar o resultado. Não é um processo que uma área possa fazer sozinha. E uma fraude de tantos bilhões, da noite para o dia, não ocorre sem ninguém ver. É um dos maiores pontos de controle de auditoria interna, de fraudes — avalia Ana Paula Tozzi, à frente da AGR Consultores focada no varejo.
Veja fotos das Lojas Americanas ao longo dos anos
![Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/gpy0gqxa4qPj-DJs78pIYvdrzPY=/0x0:768x432/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/i/bJyc6kTFaq6H6sjvKRsA/85-768x432.jpg)
![Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/RWoO25IED8gzUqQLPCfumgxtA6U=/768x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/N/i/bJyc6kTFaq6H6sjvKRsA/85-768x432.jpg)
Lojas Americanas: empresa foi fundada em 1929, na cidade de Niterói, no então estado da Guanabara, pelos empresários Max Landesmann (da Áustria), John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger (dos Estados Unidos). — Foto: Reprodução
![Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/v6wCc74_LBaG8sdceNPfbdJKZt4=/0x0:535x315/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/z/gV5pVPSbGRZjhpadafcg/amerianas-1.jpg)
![Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/fEp8F5bYm6E0l0gnmone_VT1kvE=/535x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/z/gV5pVPSbGRZjhpadafcg/amerianas-1.jpg)
Em 1982, os principais acionistas do Banco Garantia, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entraram na composição acionária de Lojas Americanas como controladores. — Foto: Reprodução
Publicidade
![Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/3D9FMWaD0NJod5hbAmZz6wOro2U=/0x0:564x916/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/M/sE8IADSVWAb1dEMFsMKw/4a99133194872335200d974a67492684.jpg)
![Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/CtRb4kocAqxpw94lyJEUVDO06B4=/564x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/M/sE8IADSVWAb1dEMFsMKw/4a99133194872335200d974a67492684.jpg)
Lojas Americanas na Rua Marechal Deodoro, em Juiz de Fora, em outubro de 1969. — Foto: Reprodução
![Lojas Americanas na Rua Halfeld, em Juiz de Fora, julho de 1973. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/goDq1pjfBT6UtxVpO4kzG7baRsA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/M/6/12UBiFQy69onfLnFR7Iw/halfeld-americanas-julho-1973-res.jpg)
Lojas Americanas na Rua Halfeld, em Juiz de Fora, julho de 1973. — Foto: Reprodução
Publicidade
![Clientes em uma das lojas no Rio, em 1979. — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/RzeFpxwc8ajUo4gsp1BBI0rrqeg=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/P/A/6eOsFXT9iQwuj9HHk3MQ/20371856-rj-06-04-1979-comercio-rj-lojas-americanas.-foto-anibal-philot-agencia-o-globo-negati.jpg)
Clientes em uma das lojas no Rio, em 1979. — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo
![Clientes em uma das Lojas Americanas no Rio, em 1979 — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo](https://s2-oglobo.glbimg.com/4gOnXU0SSD3yII_RRa_MdVwL0aQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/o/K/By5mLiQCGhBG9Mm1tLRA/20443168-rj-06-04-1979-comercio-rj-lojas-americanas-anibal-philot-agencia-o-globo-negativo-79-1-.jpg)
Clientes em uma das Lojas Americanas no Rio, em 1979 — Foto: Anibal Philot / Agência O Globo
Publicidade
![Fachada de uma loja em 1987 — Foto: Alexandre França / Agência](https://s2-oglobo.glbimg.com/1v_pw5iZ70sRUek1be0o4dULenA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/I/2/BBsfgETV2dQKf2b48fxQ/20325391-rj-23-09-1987-comercio-rj-lojas-americanas-alexandre-franca-agencia-o-globo-negativo-1-.jpg)
Fachada de uma loja em 1987 — Foto: Alexandre França / Agência
![Evolução da identidade visual da marca — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/bEjkJhBx8Gv0OAUUn8EFB-sUEgo=/500x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/Z/5VtFuQT3GxnTfh7Rxsjg/americanas-logos.jpg)
Evolução da identidade visual da marca — Foto: Reprodução
Publicidade
![Frente de uma loja em 1991. — Foto: Ricardo Mello](https://s2-oglobo.glbimg.com/nrqJGjnXN92qs-gSZ46yq6dMIkQ=/1070x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/O/C/2NEBf7QhGxlJ8YHkJupA/20318214-rj-12-12-1991-comercio-rj-lojas-americanas.-foto-ricardo-mello-agencia-o-globo-negati-1-.jpg)
Frente de uma loja em 1991. — Foto: Ricardo Mello
![Loja Americanas no Plaza Shopping, em Niterói, em 2006. — Foto: Letícia Pontual](https://s2-oglobo.glbimg.com/t3FmKdGu2cPys6jIay_l_cwbvZU=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/x/c/JfU2DlRUeDEbZCJI4MPA/38258307-01112006-leticia-pontual-jb-ni-preparacao-financeira-para-o-natal-abertura-de-credi.jpg)
Loja Americanas no Plaza Shopping, em Niterói, em 2006. — Foto: Letícia Pontual
Publicidade
![Lojas Americanas se encontra em meio a uma crise com rombo de 20 bilhões de reais — Foto: Hermes de Paula](https://s2-oglobo.glbimg.com/B6248Xi0TdRqSSuGT5HOgFrJSVA=/1358x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/e/C/FPzRkORVyebFWA7RIBjg/101771257-ec-rio-de-janeiro-rj-16-01-2023-crise-lojas-americanas.-foto-hermes-de-paula-agencia-1-.jpg)
Lojas Americanas se encontra em meio a uma crise com rombo de 20 bilhões de reais — Foto: Hermes de Paula
Viana explica que essa operação de VPC melhora o resultado da companhia ao gerar uma recuperação de custo e reduzir o saldo do fornecedor, uma espécie de “duplo pênalti”. Já sobre o não lançamento de juros, ele diz que as empresas têm de trazer a valor presente as obrigações que têm com terceiros.
Empresa assume claramente que houve fraude
Os comunicados divulgados esta semana deixam claro como a Americanas operava a fraude. Até então, era sabido que a companhia usava outro mecanismo, o risco sacado, também comum no varejo, para maquiar seus números. Trata-se de triangulação no financiamento de fornecedores, na qual a varejista antecipa aos parceiros crédito que eles têm a receber via bancos.
Imaginava-se que, para não acender o alerta dos analistas sobre o tamanho dessas operações, a empresa aplicava redutores artificiais nessa rubrica de risco sacado. Agora está explicado que isso era feito por meio dos VPCs.
No balanço patrimonial, as operações com risco sacado somaram R$ 18,4 bilhões, mas teriam de ter sido lançadas como dívida, descritas como empréstimo e/ou financiamento. Em vez disso, foram lançadas numa conta transitória de fornecedores.
Capital de giro contabilizado indevidamente
Além do risco sacado, foram indevidamente contabilizados no balanço R$ 2,2 bilhões em capital de giro. “A incorreta contabilização das operações de financiamento de compras e de capital de giro minorou sua dívida financeira bruta (da Americanas) em R$ 20,6 bilhões”, diz o comunicado.
No balanço patrimonial, o valor lançado em VPCs fictícios é de R$ 17,7 bilhões, mais R$ 3,6 bilhões de juros lançados incorretamente. Fica claro que a soma compensa a outra.
O erro mais gritante, aponta Viana, é o do risco sacado na conta de fornecedores, por reduzir o endividamento:
— É um efeito severo para companhia, que tem dívida muito maior a ser paga. E a empresa foi sangrada. Não tinha esse caixa que foi distribuído em bônus e dividendos.
Avião será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/sCuJLNSApu576XBcbWvVMdFLFks=/0x0:800x568/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/S/4/i3vgu0Q7CYvIx4n0sDJA/jato-amaericanas-1.jpg)
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/llRbRWgRuwVGna4DMUnWXvmIObM=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/S/4/i3vgu0Q7CYvIx4n0sDJA/jato-amaericanas-1.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
![Phenom 300, da Embraer, modelo 2014 — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/gNNi84fgGXKJiPy6G18XXyP_HwI=/0x0:800x533/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/5/J/faNxTYQfiNS88wpkZQ2Q/jato-americanas-2.jpg)
![Phenom 300, da Embraer, modelo 2014 — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/BFvq7VqF8c-_I9yVPXZMbZvTk38=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/5/J/faNxTYQfiNS88wpkZQ2Q/jato-americanas-2.jpg)
Phenom 300, da Embraer, modelo 2014 — Foto: Divulgação/CFSJETS
Publicidade
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/HkDcV_17PhAw5nIY-FwvsMvo5NM=/0x0:800x533/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/q/j/IUgVOGRdK2abdBXPW16A/jato-americanas-3.jpg)
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/nIr8kaRuY-nEpyeD3SgenBvOwlk=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/q/j/IUgVOGRdK2abdBXPW16A/jato-americanas-3.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/Pnxa1PKrgNwhYwmTxrjW2aJL8vE=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/k/0/L8EpsQRje6FLOYAPK7mw/jato-americanas-4.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
Publicidade
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/yIL7DPbRz4CA9MlcDKD8Zz2yJEM=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/6/8/qmieODRyaPqhc5a1XC5g/jato-americanas-5.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/dBf4AijoZiF2hv8JopKtTfjx5Wg=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/8/7/Q1y4fZSE2bINAUrkZIRw/jato-americanas-6.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
Publicidade
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/As9iCjlqWDg-EZTQNIDDlUDL2_U=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/K/r/8TRjlYRV2nHnHjAvjN3g/jato-americanas-7.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/8NDnzI9LVBkd8ev_kiMgIMfL3lE=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/w/I/R3O3mlRRuyFu0hoCPCUg/jato-americanas-9.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
Publicidade
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/MW3ljdr7mrOu4DrZvmfxMNpONtw=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/0/j/NEGrImRn63Go10paCaEQ/jato-americanas-10.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
![Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS](https://s2-oglobo.glbimg.com/XEdfsO-XU20zfZm4uWsMdbRWhJw=/800x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/g/7/QyrhX9TeqhTn9PLWXQWA/jato-americanas-11.jpg)
Jato executivo Embraer Phenom 300 de 2014, modelo que será vendido pela Americanas para ajudar no plano de recuperação judicial do grupo — Foto: Divulgação/CFSJETS
Publicidade
Questionado sobre se é possível uma fraude dessa magnitude não ser identificada, ele diz que há “linhas de defesa” nessa operação:
— Tem a controladoria interna, a gestão, inclusive da área de VPC, auditoria interna, auditoria externa. Como pode isso acontecer? Mas ninguém sabe ainda se isso foi visto, comunicado e diretoria e conselho tomaram outra decisão. A ponta do iceberg é como essa empresa gerou tantos dividendos e esses bônus.
Escrutínio na cúpula
No topo da companhia, conta uma fonte próxima às negociações, terá início agora escrutínio em decisões e operações para entender como uma fraude que pega o fluxo inteiro de contratos comerciais foi praticada sistematicamente.
— Tem a ver também com a cultura da empresa. Aqui no Brasil, temos uma “economia de ídolos”, que prejudica o mercado — diz Ana Paula.
- Americanas revela detalhes do esquema de fraude bilionária: ações chegam a subir 20%, mas perdem força
Para Eduardo Yamashita, diretor de operações na Gouvêa Ecosystem, a atual gestão começa a reposicionar a companhia:
— Fica claro que é uma fraude sistêmica, sistemática, com múltiplas pessoas envolvidas. Mas, no varejo, o impacto foi sentido desde o anúncio do problema. O crédito ficou mais restrito e mais caro, o setor já vem pagando a conta. Na recuperação judicial, eventuais compradores de ativos da Americanas vão ficar com o pé mais atrás, tentar se blindar de passivos não claros.
Colaborou Danielle Nogueira