A venda de 17% das ações da Sabesp para pessoas físicas, empresas, fundos de investimento nacionais e internacionais e até funcionários da companhia começa nesta segunda-feira, 1º de julho, e vai até dia 15. Trata-se da segunda fase do processo de privatização levado adiante pelo governo de São Paulo, que vai reduzir sua participação de 50,3% para 18,03%.
Na semana passada, o governo paulista iniciou um 'road show' para oferecer os papéis da Sabesp a investidores americanos e europeus. Os interessados nos papéis devem fazer reservas de compra com a Equatorial, única candidata a acionista de referência.
Trata-se de um processo inédito de privatização desenvolvido pelo governo de São Paulo, em duas fases. O governo, entretanto, esperava maior interesse de investidores interessados em se tornarem acionistas de referência da Sabesp. O processo tinha sido elogiado tanto no mercado doméstico quanto por investidores internacionais, mas acabou recebendo apenas uma proposta, da Equatorial Energia.
A privatização da Sabesp deve ser concluída no próximo dia 22 de julho, de acordo com cronograma divulgado pelo governo do estado. Analistas avaliam que com recursos privados, a empresa tem mais chance de se valorizar na Bolsa, mas é preciso ter disposição a correr riscos ao investir em ações. A privatização deve movimentar R$ 15 bilhões, segundo o prospecto divulgado.
- Ganho de escala: Consórcios são solução para cidades menores avançarem em saneamento
Para João Carlos Frota, analista da Senso Investimentos, a privatização vai trazer caixa para companhia, além de reduzir a participação do governo. O analista lembra que a empresa atua num setor resiliente a crises, que atrai investidores estrangeiros e tende a melhorar o retorno aos acionistas.
— Resta saber a precificação do papel na hora do fechamento da oferta. A primeira percepção é que o papel pode oferecer retorno no médio prazo — diz o especialista.