O governo Luiz Inácio Lula da Silva estima que fechará este ano com um déficit de R$ 107,6 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Isso equivale a 1% do PIB.
O resultado, se confirmado, demonstra uma melhora significativa com relação aos valores previstos no Orçamento deste ano, que autoriza um déficit de até R$ 231 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vem prometendo entregar um resultado primário neste ano superior à meta prevista no Orçamento.
O resultado primário é a diferença entre as despesas e a receita do governo federal, sem contar os gastos com juros.
O governo Lula em imagens
O governo federal teve sucessivos déficits nas contas entre 2014 e 2021. Em 2022, foi registrado o primeiro superávit de cerca de R$ 58 bilhões, causado em grande parte por um forte aumento da arrecadação e também de receitas de dividendos de estatais.
Para este ano, além da economia apresentar uma recuperação mais fraca, os gastos do governo subiram R$ 169 bilhões por conta da chamada “PEC da Transição”, que liberou despesas no primeiro ano da gestão Lula.
Os dados divulgados nesta quarta-feira fazem parte do primeiro relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do governo Lula. Esse relatório é atualizado a cada dois meses e também pode indicar a necessidade de contingenciamento, ou seja, de bloqueio de gastos. Dessa vez, porém, não houve indicação de que será necessário fazer contingenciamento.
O relatório também indica um espaço de R$ 13,6 bilhões no teto de gastos, ou seja, uma margem para aumentar as despesas nessa dimensão sem necessidade de cortes.