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Por AFP — Katmandú, Nepal

O alpinista nepalês Kami Rita Sherpa escalou o Monte Everest pela 30ª vez na quarta-feira, quebrando assim seu próprio recorde de ascensões ao topo do mundo. O experiente guia de montanha de 54 anos já havia ampliado seu recorde este mês e retornou à cúpula de 8.849 metros na manhã de quarta-feira.

"Kami Rita alcançou o cume esta manhã. Ele estabeleceu agora um novo recorde de 30 ascensões ao Everest", disse Mingma Sherpa, da agência Seven Summit Treks, à AFP, que organizou a expedição.

Guia por mais de duas décadas, este alpinista também conhecido como "Homem Everest" escalou a emblemática montanha pela primeira vez em 1994 para uma expedição comercial. Desde então, ele tem voltado ao topo do mundo quase todos os anos guiando clientes.

"Estou feliz com o recorde, mas os recordes eventualmente são quebrados. Estou mais feliz por minhas ascensões ajudarem o Nepal a ser reconhecido no mundo", disse Kami Rita à AFP após sua 29ª escalada ao Everest em 12 de maio.

Subida do Monte Evereste — Foto: Tsering Pemba Sherpa / AFP
Subida do Monte Evereste — Foto: Tsering Pemba Sherpa / AFP

Em 2023, ele escalou o Everest duas vezes, quebrando o recorde em cada ocasião. Entre essas escaladas, outro guia de montanha, Pasang Dawa Sherpa, igualou seu feito. Kami Rita Sherpa já disse anteriormente que não faz nada além de "trabalhar" e que seu objetivo não é estabelecer novos recordes.

Apelidado de "Senhor Everest", ele nasceu em 1970 em Thame, uma cidade do Himalaia e um viveiro de alpinistas experientes. Ele cresceu no vale do Himalaia observando seu pai e depois seu irmão seguindo a rota até o topo como guias de montanha. Finalmente, chegou sua vez.

Em 2019, ele conseguiu chegar ao cume do Everest duas vezes em apenas seis dias. Em sua carreira, ele também escalou outras montanhas de mais de oito mil metros, como o K2 no Paquistão, a segunda montanha mais alta do mundo.

Montanhistas em fila descendo o Monte Everest, no Nepal — Foto: Lakpa SHERPA / AFP
Montanhistas em fila descendo o Monte Everest, no Nepal — Foto: Lakpa SHERPA / AFP

Quinta morte da temporada

O recorde de quarta-feira foi ofuscado pela morte de um alpinista romeno em sua subida ao Lhotse, a quarta montanha mais alta do mundo, que compartilha a rota de escalada até o Everest até 7.200 metros. O alpinista Gabriel Viorel Tabara "foi encontrado morto em sua barraca no campo três na manhã de segunda-feira por seu guia", disse Mohan Lamsal, da agência Makalu Adventure, nesta quarta-feira.

Com isso, já são cinco as pessoas mortas nesta temporada de escalada no Himalaia. No início deste mês, dois alpinistas mongóis foram encontrados mortos depois de alcançarem o cume do Everest. Dias antes, um francês e um nepalês morreram no Makalu, a quinta montanha mais alta do mundo.

Cerca de 500 alpinistas estrangeiros e nepaleses já alcançaram o cume do Everest desde abril, marcando o início da temporada de escalada, que dura até junho. Todo ano, guias ultraexperientes são os primeiros a alcançar o cume do Everest, abrindo um caminho seguro.

Vista do Monte Everest a partir do Templo de Rongbuk, localizado na região autônoma do Tibete — Foto: AFP PHOTO/Greenpeace/John Novis
Vista do Monte Everest a partir do Templo de Rongbuk, localizado na região autônoma do Tibete — Foto: AFP PHOTO/Greenpeace/John Novis

A indústria do alpinismo representa vários milhões de dólares e se baseia na experiência dos "sherpas", montanhistas nepaleses que atuam como guias. Eles pagam um alto preço por acompanhar centenas de escaladores a cada ano. Um terço dos mortos no Everest são sherpas nepaleses.

Centenas de alpinistas vão ao Nepal, onde estão oito das 14 montanhas mais altas do mundo, para alcançar esses cumes na primavera boreal, quando as temperaturas são mais amenas e os ventos geralmente mais fracos.

Este ano, o Nepal concedeu mais de 900 permissões de escalada em suas montanhas (419 para o Everest) a alpinistas estrangeiros, que na maioria das vezes sobem acompanhados de um guia nepalês. Em 2023, mais de 600 alpinistas alcançaram o cume do Everest, em um ano marcado por um triste recorde de 18 mortes.

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