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Por Ana Rosa Alves

RESUMO

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GERADO EM: 01/08/2024 - 18:29

Desafios do novo rei Charles III no século XXI

O novo rei Charles III enfrenta desafios como apatia, dramas familiares e crise de identidade ao suceder a longa era de sua mãe, a rainha Elizabeth II. Com a coroação se aproximando, o monarca deve lidar com questões como a opinião pública, controvérsias familiares e a necessidade de atualizar a monarquia para o século XXI. Além disso, enfrenta o legado colonial e a pressão por desculpas por erros passados, enquanto busca manter uma postura politicamente imparcial.

Sete décadas depois, o Reino Unido coroará hoje um novo monarca: o rei Charles III será oficialmente entronizado, exatos 240 dias após herdar automaticamente a Coroa com a morte da mãe, a rainha Elizabeth II. Bandeirinhas decoram as ruas de Londres, telões foram postos em praças públicas e dezenas de chefes de Estado e governo viajaram para acompanhar o rito na Abadia de Westminster.

A própria festa, entretanto, é lembrete dos desafios que Charles enfrentará. De uma crise identitária à pressão para que se desculpe por atrocidades passadas do país, o rei precisará reinventar uma instituição milenar para driblar a apatia.

Sucessão

Charles III tem a ingrata tarefa de suceder a soberana responsável pelo reinado mais longevo da História de seu país, cuja imagem até hoje se confunde com o que significa ser britânico. Sem aquela que por 70 anos foi âncora, cabe ao novo monarca dar o tom da Coroa — e justificar sua existência em um século XXI no qual muitas de suas tradições parecem anacrônicas.

Despreparo não é um problema para quem por 73 anos foi aprendiz, mas a bagagem do monarca já idoso não é exclusivamente positiva. Os súditos já o conhecem, com seus prós e contras. E mudar impressões já consolidadas é uma tarefa complexa.

Charles é coroado: e depois?

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Dramas familiares

Outra missão de Charles será gerenciar seus parentes e a pendência familiar por controvérsias. A crise mais séria foi causada por seu irmão Andrew, excluído das funções oficiais após ser acusado de abuso sexual. Para evitar um julgamento, firmou um acordo multimilionário.

Andrew deve ficar às margens dos festejos, escanteio que a Coroa tenta também fazer com outro parente: o príncipe Harry. Houve pouca trégua desde que o caçula do rei e sua mulher, Meghan, romperam com a monarquia e acusaram a família real de racismo.

Harry viajou só para a coroação, sua primeira aparição ao lado dos parentes desde o lançamento de sua autobiografia no início do ano, da docussérie divulgada semanas antes e do tour midiático acompanhou ambas. O mau relacionamento com seu irmão, o príncipe William, é assunto recorrente na obra.

Baixa popularidade

As controvérsias que o monarca acumulou ao longo da vida pesam em sua popularidade. É impossível explicar a antipatia sem lembrar de seu casamento de conto de fadas com a popular Diana, que se transformou em divórcio conturbado. A morte da princesa em um acidente de carro em 1997 até hoje gera enorme comoção.

Charles casou-se em 2005 com Camilla Parker-Bowles, ex-namorada com quem manteve um affair durante o matrimônio com Diana. Ele nunca foi tão benquisto quanto sua mãe ou William, a face jovem da família real, apesar de sua imagem ter melhorado.

Uma pesquisa de quarta-feira do instituto YouGov mostra que 59% dos britânicos acreditam que ele será um bom rei, mais que os 32% de um ano atrás. Quase metade dos britânicos, contudo, crê que o monarca está desconectado da realidade nacional, e só um terço dos súditos entre 18 e 24 anos prefere um rei a um chefe de Estado eleito por voto popular.

Comunidade Britânica

Quando Charles nasceu, em 1948, a Índia era independente havia cerca de um ano, em meio ao esfacelamento do Império Britânico que se acelerou no pós-guerra. Se há cem anos sempre estava sol em algum lugar onde a Coroa reinava, hoje restam 14 territórios ultramarinos e uma Comunidade Britânica titubeante.

Nascida em uma tentativa de conter o colapso do império, a instituição voluntária reúne 56 países, quase todos ex-colônias sem vínculos concretos com a família real. Catorze deles, ainda assim, ainda têm Charles III como chefe de Estado, número que em breve pode reduzir-se: ao menos metade desses países, entre eles Austrália e Nova Zelândia, demonstraram desejo de debater ou romper os laços. A Jamaica deu início ao processo em março, e Barbados o completou no ano passado.

Legado colonial

O desconforto de parte dos súditos passa pelo legado de um país — e de uma família real — que enriqueceu às custas da colonização, explorando outros povos e aproveitando-se dos recursos de terceiros. Charles já disse que “os erros do passado devem ser reconhecidos”, mas não foi além.

Às vésperas da coroação, representantes indígenas da Comunidade Britânica demandaram um pedido explícito de desculpas do monarca. Na África do Sul, aumentam as demandas para a devolução do diamante “Grande Estrela da África”, cuja maior gema está no cetro usado na coroação. Reclamações também vêm de minorias em solo britânico.

Opiniões políticas

O soberano do Reino Unido é obrigado a ser politicamente imparcial, mas quando era príncipe, Charles fez fama por abraçar causas variadas de seu interesse e se envolver em algumas controvérsias. No ano passado, por exemplo, foi alvo de críticas após o vazamento de um comentário privado no qual criticava duramente a política migratória britânica.

O tema que aparenta ser seu favorito, contudo, pode ser uma arma para alavancar sua popularidade entre os mais jovens. É um defensor do combate ao aquecimento global há pelo menos 50 anos, antes de o assunto se tornar popular.

Ativistas demandam que o rei continue a ser voz ativa, mas em 2022 foi noticiado que o governo impedira Charles de ir à COP27 no Egito. Em 2021, quando a cúpula foi na Escócia, ele teve papel ativo.

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