É um belo restaurante, diferente de todos os que temos no Rio: múltiplo, cenográfico, luxo na medida carioca, sem excessos. E o Elena, mais recente novidade no Horto, pode ser muito divertido. Está tudo ali, só depende de você.
- Rio Gastronomia 2023: ingressos já estão à venda; primeiro lote oferece desconto e assinatura do GLOBO
- Fique por dentro: siga o perfil do Rio Show no Instagram (@rioshowoglobo) e assine a nossa newsletter!
Foi só quando desci do carro esbaforida, atrasada, que me dei conta que minha mesa valia ouro e que a mesma casa de esquina já foi o Yumê, um japa que fez história, comandado por uma mulher, cearense e genial, Graça Tanaka, a miss Tanaka. Imagina isso há 20 anos. Baixávamos em peso ali, em tempos em que o bairro era só sossego residencial. Dessa leva, restou o Jojo, da Joana Carvalho, que segue bem a sua trajetória.
A fachada mudou pouco, a turma da reforma (do arquiteto Thiago Bernardes) foi feliz com o projeto. O ponto alto, literalmente, é o Gogo Bar, no terraço, de onde se veem as palmeiras imperiais e toda a beleza da Mata Atlântica. É o bar mais bonito em que eu já estive por aqui.
O Elena é daqueles restaurantes que se desdobram em muitos ambientes, e de pegadas diferentes. No térreo, chega-se pelo bar com grande balcão e projeções na parede; o salão com folhagens no teto e sofás em veludo verde; uma área externa, na lateral do imóvel, com deque coberto ao ar livre, e uma escada que nos leva ao Gogo. Cada um na sua (faixa etária inclusive). Mas a cozinha é uma só e as criações de Itamar Araújo, mestre da culinária asiática (conquistou uma estrela Michelin no Mee, do Copa) circulam pela casa toda.
Exploramos as entradas (e tem drinques do Alex Mesquita harmonizando). Todas agradaram: amendoim caramelizado com pimenta togarashi (R$ 19), espetinhos de barriga de porco com caramelo de missô e picles de mostarda (R$ 56), dumpling de camarão (R$ 68, quatro peças). Tem carvão na cozinha e o camarão VG passou ali: veio gostoso, com molho de tangerina (R$ 158).
Tem sushibar também (a cozinha faz incursões por Tailândia, Cingapura, Hong Kong, Coreia e Japão). Para beber, vinho, cerveja, saquê e os drinques autorais do Mesquita, como o fy tea: gim, chá verde, mix cítrico, bitter de laranja e hortelã (R$ 40). A cada 15 dias, há sugestões que não estão na carta, só no bar da cobertura.
Como o chef Itamar também se desdobra em muitos, é um grande confeiteiro e reproduz ali sucessos da sua Creamy Patisserie, como o suflê de chocolate — segundo o Celidônio, um desafio para qualquer chef. Por isso se vê pouco nos menus. No Elena tem, mas requer 20 minutos de espera (só pedir antes) e é das poucas atrações que não “viajam” pela casa. Seu voo é curto e certeiro: o salão do térreo. Chega com fumacinha.
Cotação: quatro garfinhos (Muito bom)
Serviço:
Rua Pacheco Leão 78, Horto. Ter a qui, das 19h à 1h. Sex e sáb, das 19h às 2h.