Um Só Planeta

Por Redação Galileu

Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Biologia Marinha do Havaí analisou um grupo de tubarões-martelo-recortados (Sphyrna lewini) para entender como os corpos desses animais reagem a atingir certas profundidades. A importância desse estudo é de que, ao contrário do peixe atum, os tubarões são conhecidos como animais de “sangue-frio”, ou seja, eles não conseguem regular a própria temperatura corporal sozinhos.

No estudo publicado no dia 11 de maio de 2023 no periódico Science, os pesquisadores relatam que anexaram um conjunto de sensores aos animais, que estavam na costa da ilha havaiana de Oahu, e os acompanharam por 23 dias.

O equipamento atrelado aos animais continha um acelerômetro, que funciona como “um Fitbit para o tubarão”, rastreando o movimento, o vigor das batidas da cauda e a orientação do corpo. Além disso, outro dispositivo que registra a profundidade e a temperatura da água, bem como a temperatura interna do corpo do tubarão.

Após os 23 dias, os sensores se desprenderam dos corpos dos tubarões, emergindo até a superfície, sinalizando aos cientistas a localização dos animais. Ao pegar os dispositivos, os dados coletados foram surpreendentes.

Os tubarões mantiveram a temperatura corporal dentro de 0,1°C durante todo o mergulho e na maior parte do caminho de volta à superfície. Nos últimos 300 metros de sua subida, a temperatura corporal dos tubarões caiu apenas 2°C. Ao todo, os tubarões prenderam a respiração por, em média, 17 minutos a cada mergulho.

O comportamento e a profundidade que conseguiram alcançar surpreendeu os pesquisadores pelo fato de que, para um animal que não consegue se aquecer, o ato de ir às profundezas deveria enfraquecer a visão e a função cerebral do tubarão. Podendo ser, até mesmo, fatal, fazendo com que os músculos do predador se contraiam, o impedindo de avançar e empurrar água oxigenada para suas guelras.

De acordo com o estudo, os animais conseguiram descer tanto porque muito possivelmente estavam fechando suas guelras e bocas e mergulhando no fundo do oceano.

Essa estratégia permitiria que os tubarões-martelo-recortados se mantivessem aquecidos enquanto caçavam comida, ao desligar o consumo de oxigênio, impedindo que o calor do corpo saia para o oceano. A queda na temperatura mostrada na parte final da subida provavelmente ocorreu porque os tubarões abriram suas brânquias para respirar novamente ao se aproximarem de águas da superfície.

“O estudo torna o tubarão-martelo-recortado o primeiro peixe de mergulho profundo conhecido a prender a respiração", comenta Mark Royer, biólogo marinho da Universidade do Havaí em Manoa e autor principal da pesquisa, à revista Science. “É uma surpresa completamente inesperada. A refeição no fundo deve ser deliciosa.”

Um Só Planeta — Foto: Um Só Planeta
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