Engenheiro japonês que inventou a máquina de karaokê em 1967, Shigeichi Negishi, morreu há algumas semanas, em 26 de janeiro, de causas naturais, após sofrer uma queda, aos 100 anos de idade. A informação, só revelada agora, é do "Wall Street Journal".
Durante muito tempo, houve polêmica sobre o pioneiorismo, já que Negishi e o empresário japonês Daisuke Inoue tiveram ideias semelhantes na mesma época, e Inoue criou sua própria máquina em 1971, instalando-a em boates. Mas a criação de Shigeichi Negishi se deu quatro anos antes, quando ele produziu em massa uma versão operada por moedas chamada Sparko Box.
Shigeichi Negishi tornou-se engenheiro depois de servir no exército japonês e cumprir pena como prisioneiro de guerra em Cingapura. Aprendeu inglês como prisioneiro e usou essa habilidade para vender câmeras depois da guerra. Em 1967, Negishi era dono de uma empresa de eletrônicos de consumo e teve a ideia criar o karaokê depois que amigos zombaram dele por causa de suas habilidades como cantor. Ele achou que seria melhor se pudesse cantar em cima de uma base gravada.
Negishi pediu então ao engenheiro-chefe de sua empresa que criasse um protótipo que pudesse tocar faixas instrumentais com um amplificador de microfone e uma mesa de mixagem. O protótipo final era um cubo de 30 centímetros de cada lado, com um painel de luzes coloridas que piscavam no ritmo da música. Negishi tentou cantar uma música antiga dos anos 1930, chamada “Mujō No Yume”. Quando percebeu que a máquina funcionava, ele a levou para casa, para sua família, e seus filhos adoraram.
Shigeichi Negishi surgiu com o nome karaokê, palavra que já havia sido usada para descrever cantores japoneses que usavam faixas de apoio pré-gravadas. Um distribuidor disse a ele que parecia muito com “kanoke”, a palavra japonesa para caixão. Negishi nunca patenteou o Sparko Box, que usava fitas de apoio de oito faixas e livretos de letras impressos. O produto foi um fracasso comercial e Negishi rapidamente interrompeu a produção do dispositivo.