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Por , Em The New York Times — Nova York

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GERADO EM: 01/08/2024 - 18:52

Putin alerta sobre riscos nucleares na Ucrânia

Putin alerta para riscos de conflito nuclear se Ocidente intervir na Ucrânia, recebendo críticas dos EUA. Proposta de Macron gera tensão. Discurso anual do líder russo inclui ameaças nucleares e apelo por diálogo com os EUA. Casa Branca rejeita mediação em conflito ucraniano. Eleições na Rússia em destaque.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que o Ocidente enfrentaria a perspectiva de um conflito nuclear caso interviesse mais diretamente na guerra na Ucrânia, usando um discurso anual à nação para escalar suas ameaças contra a Europa e os Estados Unidos. Washington, em resposta, descreveu o alerta como "irresponsável", mas afirmou que não há sinais de perigo.

Putin disse que países ocidentais que estão ajudando a Ucrânia a atacar o território russo e que discutiram a possibilidade de enviar soldados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para a Ucrânia "devem entender que tudo isso ameaça um conflito com o uso de armas nucleares e, portanto, a destruição da civilização".

— Também temos armas que podem atingir alvos no território deles — disse Putin. — Eles não entendem isso?

Putin diz que intervenção ocidental na Ucrânia pode provocar um conflito nuclear e 'destruir a civilização'

Putin diz que intervenção ocidental na Ucrânia pode provocar um conflito nuclear e 'destruir a civilização'

Os comentários de Putin se referiam às declarações nesta semana do presidente francês, Emmanuel Macron, de que não poderia ser descartada a possibilidade de enviar soldados de países da Otan para a Ucrânia, um movimento que o Kremlin previamente disse que levaria para a "inevitabilidade" de um conflito direto entre a Rússia e a aliança ocidental liderada pelos EUA.

Horas mais tarde, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse a repórteres que a afirmação de Putin é irresponsável.

— Esta não é a primeira vez que vemos uma retórica irresponsável de Vladimir Putin. Não é uma maneira de o líder de um Estado com armas nucleares falar — disse Miller.

Os Estados Unidos e outros governos ocidentais têm tentado se distanciar dos ataques ucranianos ao território russo, enquanto os comentários de Macron foram rapidamente criticados por autoridades do Ocidente, que rejeitaram a mobilização militar.

Putin considera o território da Ucrânia ocupado pela Rússia como território russo e, para reforçar sua ameaça contra a proposta de Macron, usou aparentes referências às invasões fracassadas de Hitler e Napoleão:

— Lembramos o destino daqueles que uma vez enviaram seus contingentes ao território de nosso país, mas agora as consequências para os potenciais intervencionistas seriam muito mais trágicas — disse.

Os comentários foram feitos nos primeiros minutos de seu discurso anual sobre o Estado da Nação, um evento-chave no calendário do Kremlin. Nele, o presidente costuma enunciar seus planos e prioridades em um pronunciamento televisivo para centenas de funcionários, legisladores e outros membros da elite governante do país.

Ameaças nucleares

Neste ano, o discurso ganhou significado adicional por causa das eleições presidenciais da Rússia, programadas para 15 a 17 de março, nas quais Putin concorre a mais um mandato de seis anos. A vitória do líder russo é garantida, mas o Kremlin montou uma campanha publicitária coordenada antes da votação, buscando usá-la como um selo de aprovação pública para o governo e, por extensão, para a guerra.

Desde que invadiu a Ucrânia, há dois anos, Putin repetidamente fez ameaças nucleares veladas contra o Ocidente, buscando usar o enorme arsenal nuclear da Rússia para dissuadir o apoio da Europa e dos EUA à Ucrânia. No ano passado, ele pareceu ter diminuído a retórica nesse sentido, mas, nesta quinta, a retomou, unindo as ameaças com a alegação de que está disposto a reiniciar as negociações sobre controle de armas — contudo, sugeriu que somente se Washington estiver pronto para também discutir a guerra.

— A Rússia está pronta para um diálogo com os Estados Unidos sobre questões de estabilidade estratégica — disse Putin, numa referência às conversas de controle de armas com Washington que estavam em andamento antes da invasão da Rússia em território ucraniano.

A Casa Branca, por sua vez, rejeitou os esforços de Putin para colocar os Estados Unidos no centro de quaisquer negociações sobre a guerra na Ucrânia. Funcionários americanos disseram que os Estados Unidos não negociaram e não o farão em nome de Kiev.

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