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A Nobel de Literatura francesa Annie Ernaux aderiu a um boicote a instituições culturais financiadas pelo Estado alemão em solidariedade à causa palestina. Apoiada por mais de 500 artistas e escritores do mundo todo, a iniciativa Strike Germany critica o apoio irrestrito da Alemanha a Israel e acusa o establishment cultural do país de silenciar vozes em defesa da Palestina. O poeta e ativista palestino Mohammed el-Kurd disse que a Alemanha adotou “políticas macarthistas (referência à perseguição aos comunistas nos Estados Unidos nos anos 1950) que suprimem a liberdade de expressão e, especificamente, expressões de solidariedade à Palestina”.

A adesão de Ernaux ao boicote foi noticiada no site da rede de TV catari Al Jazeera. O nome da escritora consta na lista de apoiadores divulgada no site da iniciativa. A Nobel de Literatura é conhecida por suas críticas à política israelense. Ernaux é apoiadora do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que incentiva o boicote econômico, político e cultural a Israel para pressionar o país a encerrar a ocupação de territórios palestinos e assegurar os direitos de cidadãos árabes. Quando a francesa venceu o Nobel de Literatura, o BDS celebrou a notícia e destacou o compromisso da escritora com a luta contra a opressão “incluindo o seu apoio à luta não violenta por liberdade, justiça e igualdade para os palestinos”.

Até agora, Ernaux é a personalidade cultural de maior relevo a apoiar o boicote. Desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, o meio cultural alemão se envolveu em controvérsias devido ao compromisso do país com o Estado judeu. Em outubro, dias após o ataque terrorista que matou mais de 1,2 mil pessoas em Israel, a Feira do Livro de Frankfurt, maior balcão de negócios editoriais do planeta, cancelou uma homenagem à escritora palestina Adania Shibli. Uma carta de repúdio à organização do evento foi assinada por mais de 350 personalidades literárias. Além de Ernaux, também protestaram os Nobéis de Literatura Abdulrazak Gurnah e Olga Tokarczuk, a editora Todavia, que publica Shibli no Brasil, e sua tradutora no país, Safa Jubran.

Em dezembro, a fundação alemã Heinrich Böhl, patrocinadora do Prêmio Hannah Arendt, se retirou da cerimônia de entrega a Masha Gessen, pessoa não binária russo-americana. Em artigo na revista The New Yorker, Gessen, cuja família foi morta no Holocausto, comparou a situação da população de Gaza à dos judeus confinados em guetos nazistas.

Mohammed el-Kurd, um dos líderes do boicote, disse à Al Jazeera que “num momento em que palestinos estão sendo massacrados por um exército apoiado pela Alemanha num ritmo sem precedentes, e num momento de ascensão do totalitarismo nas instituições alemãs, é mais importante do que nunca que pessoas de bem rejeitem o racismo antipalestino assertiva e publicamente e boicotem organizações que difundam ou encubram esse racismo”. “É nossa responsabilidade moral”, afirmou.

Também aderiu ao boicote a escritora Christina Sharpe, uma das mais festejadas intelectuais afro-americanas, autora de livros como “No vestígio” (Ubu) e “Algumas notas do dia a dia”. Sharpe participou da última edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em novembro passado.

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