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Por Jeniffer Gularte — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usará as próximas viagens internacionais para tentar reforçar a imagem de independência do Brasil no conflito entre Rússia e Ucrânia. Após o embaraço causado pelas críticas do petista aos países ocidentais, com reação contundente de Estados Unidos e União Europeia, a política externa brasileira tenta fazer uma inflexão.

Em todas as conversas bilaterais que deve manter com líderes europeus em viagem neste mês e no próximo, Lula abordará a questão do conflito entre Rússia e Ucrânia.

De acordo com auxiliares, o presidente quer demonstrar que não tem alinhamento automático com nenhum lado para desfazer a ideia de que o Brasil apoia a Rússia. A intenção de Lula, de acordo com integrantes governo, é passar imagem de facilitador e negociador, além de reforçar a tradição diplomática do Brasil de neutralidade em conflitos.

Lula antecipou para esta quinta-feira seu embarque para Lisboa, em Portugal, onde terá compromissos de 21 a 25 de abril. Ele se encontrará com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, António Costa, além de participar de outros eventos ainda não divulgados. Na sequência, irá a Madri, onde tem agenda nos dias 25 e 26 e conversará com o premier da Espanha, Pedro Sánchez.

Em 6 de maio, Lula irá à coroação do rei Charles III, em Londres. Como revelou a colunista Bela Megale, na mesma viagem, o petista deve ter uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Auxiliares envolvidos nas próximas agendas internacionais esperam que, em poucas semanas, a conduta do próprio presidente nesses compromissos dissipe qualquer impressão de um alinhamento com a Moscou.

A impressão foi causada depois que, em viagem à China na semana passada, o presidente afirmou ser preciso que os EUA parem de incentivar a guerra na Ucrânia, dizendo que Washington e a União Europeia deveriam começar a "falar em paz". Na sequência da agenda internacional, nos Emirados Árabes, Lula disse que "a decisão da guerra foi tomada por dois países" — embora o Brasil tenha assinado resoluções internacionais reconhecendo que a agressão russa deu início ao conflito.

Lula é recebido no Palácio Presidencial de Abu Dhabi — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lula é recebido no Palácio Presidencial de Abu Dhabi — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em resposta, representantes americanos e europeus se pronunciaram no começo da semana. Peter Stano, porta-voz principal para Assuntos Externos da UE, rebateu as críticas do mandatário brasileiro, afirmando que "não é verdade que os EUA e UE estão ajudando a prolongar o conflito". Antes, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, já havia classificado a abordagem de Lula como "profundamente problemática".

— Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos — disse Kirby na segunda-feira, enquanto o chanceler russo, Sergei Lavrov, visitava Brasília.

O chanceler Mauro Vieira chegou a rechaçar a afirmação da Casa Branca ainda na segunda, dizendo não saber como e por que o porta-voz americano chegou à conclusão de que o Brasil ecoava o discurso russo. A operação de moderação no discurso de Lula foi iniciada na terça-feira.

Durante um almoço com o presidente da Romênia, Klaus Iohannis, no Itamaraty, Lula preferiu defender a integridade territorial do país invadido. Também reforçou a posição do governo brasileiro nas Nações Unidas, de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em outra frente, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, em entrevista à GloboNews, disse que o Brasil não tem as mesmas posições da Rússia e "defende a integridade territorial da Ucrânia".

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